Tô em Rivera

“Vou! Vou! Vou!
Vou prá lá gastar! Tô em Rivera”. Esse é um trecho, o refrão da música que vai fazer sucesso na temporada, aqui na Fronteira – já veiculada na RCC FM. O título é esse mesmo e o trabalho é uma paródia muito bem feita pela banda santamariense Agito Capilar (que estará na cidade em dezembro) do hit Gangnan Style, do coreano Psy. Fala simplesmente daquilo que aqui se conhece muito bem: os free shops.
Aliás, não seria de mau tom se a Associação de Comércio de Free Shop contratasse a banda para um show público, em praça ou no parque Internacional, apresentando suas paródias no período de festas, caso exista agenda disponível.
A música que está na internet e pode ser ouvida, retrata aquilo que santanenses e riverenses moradores da Fronteira assistem todo o dia. Compras, turistas, caixas, carregamentos, filas, entre uma série de outros elementos que foram transpostos para o contexto musical e complementados com a animada música do coreano.
Como se sabe, uma parodia é uma imitação cômica de uma composição literária (também existem paródias de filmes e músicas), sendo, portanto, uma imitação que possui efeito cômico, utilizando a ironia e o deboche.
Em música, seguiu sendo um estilo que tomou conta do novo método do Século XVI, com uso do cantus firmus que entrava em seu desuso sério da polifonia do Século XIV e XV. A partir de então, o cantus firmus se utilizou em raras ocasiões. A paródia seguiu sendo proeminente em certos estilos de música instrumental, primeiramente na música para teclados. Conforme a música evoluiu pelo início do Barroco, a paródia entrou na história da ópera, e conta com inúmeros exemplos. Ironicamente, iniciam-se com interlúdios cômicos nas óperas dramáticas, chamados de intermezzos.
Exemplos destes intermezzos se encontram em óperas de Jean-Baptiste Lully (1632-1687), um compositor acostumado a escrever balés para a corte real. Mas os intermezzos cômicos eram pequenos trechos para serem interpretados entre atos da opera séria – um intervalo sarcástico e humorístico durante um espetáculo dramático. A paródia surge a partir de uma nova interpretação, da recriação de uma obra já existente e, em geral, consagrada. Seu objetivo é adaptar a obra original a um novo contexto, passando diferentes versões para um lado mais despojado, e aproveitando o sucesso da obra original para passar um pouco de alegria.
Foi o que fizeram os jovens da banda Agito Capilar. Usaram a música de Psy e escreveram uma letra enfatizando tudo aquilo que os free shops de Rivera têm. Claro, isso talvez não fosse possível se pelo menos um deles não tivesse parentes em Livramento. Não fosse assim, não conhecia de perto a Fronteira.
Claro que não precisa fazer aquela “dancinha”, mas uma homenagem à Fronteira da Paz, bem humorada – e o humor está justamente na percepção de que ao se repetir (mais uma vez!) a música do coreano Psy, que está “bombando”, na prática é uma outra letra, falando de Rivera e de tudo o que a Fronteira conhece.
E o resto é: “Vou prá lá gastar”! Como estão fazendo aqueles que já estão e os que estão vindo para Livramento, para comprar em Rivera.

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