E O PISO, COMPANHEIRAS?

As “companheiras” que militam no Cpers andam desesperadas com as atitudes do governador Tarso Genro que elas escolheram eleger para substituir Yeda Crusius. Afinal de contas, Yeda se recusara a pagar o piso nacional do Magistério estabelecido pelo ministro da Educação Tarso Genro.

Todas elas estão com as promessas de Tarso, candidato ao governo gaúcho, na memória e na ponta da língua. “Se for eleito – dizia o governador na campanha eleitoral – não só retiro a ADIN (Ação Direta de Inconstucionalidade) de autoria da governadora Yeda como pagarei o piso estabelecido por mim mesmo”.

Agora, vamos aos fatos bem diferentes da ficção dos palanques eleitorais. O governador eleito retirou a ADIN de Yeda Crusius, mas preparou outra com as mesmas sustentações e ainda não pagou o piso prometido. E nem vai pagar tão cedo como exige o Cpers. Razão: as mesmas de Yeda. Não há dinheiro para cumprir a promessa.

Com a discussão no plano do STF, na semana passada, o ministro Joaquim Barbosa, relator da ADIN, indeferiu o pedido de liminar dos governadores do RS, PI, RR, SC, GO e MS que desejam fixar a INPC como a referência para reajustar o piso nacional do Magistério.

Os professores querem o reajuste do piso pelo INPC + 50% das receitas do FUNDEB, conforme projeto apresentado ao presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, e definido em acordo com diversas entidades ligadas ao setor educacional brasileiro.

Se toda essa luta resultará em benefícios ao Magistério ainda é cedo para saber, pois o principal tem se tornado cada vez mais inatingível: a falta de dinheiro. O mesmo dinheiro público que salta dos cofres públicos, como se fossem as Quedas de Iguaçu, para as obras da Copa do Mundo.

O Brasil priorizando a Copa com bilhões de reais define sua posição diante de seu próprio futuro como nação. É melhor formar neimares do que professores. Não deixa de ser um estilo de olhar para os desafios de um mundo globalizado.

BASTIDORES

Tudo ainda está nas conversas preliminares, mas Tarso Genro já sente o bafo na nuca de sua sucessão em 2014.

COM A NOSSA GRANA (1)
O Aeroporto Internacional de Lisboa será privatizado e o Brasil está de olho no negócio. Dois consórcios deverão disputar a concessão e empresas brasileiras participam de ambos. Um deles é formado pelas empreiteiras Odebrecht e CCR; outro, liderado pelos argentinos da Corporación América, inclui a brasileira Engevix.

COM A NOSSA GRANA (2)
Qualquer dos consórcios que vencer a licitação, nós brasileiros estaremos juntos em Lisboa. O BNDES vai emprestar 1,2 bilhão de euros (3,17 bilhões de reais) para a consolidação da privatização. Nada como viver num país que tem tanto dinheiro que empresta até para negócios como o Aeroporto de Lisboa. Já os nossos…

COM A NOSSA GRANA (3)
Bem, os nossos aeroportos com vistas à Copa de 2014 têm uma previsão orçamentária para 2013 de R$ 1,7 bilhão. A dotação do Governo Federal é para a Infraero e se destina a todos os aeroportos brasileiros. Ela equivale a importância de 648 milhões de euros. Ou seja: Portugal está com muito prestígio junto ao BNDES.

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.