O DESAFIO HISTÓRICO DO PT

A direção nacional do PT está pedindo rapidez no julgamento do “mensalão mineiro” e rigor na apuração por parte do STF. O mesmo rigor que o partido critica pelas condenações de José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino. Mas não há surpresa alguma nesse comportamento petista.

Para o PT a Justiça só é isenta quando pune seus adversários, mas quando o Judiciário bate na porta em busca dos meliantes e companheiros corruptos, bem, aí a Justiça é parcial e faz julgamentos políticos.

O PT não se conforma com a isenção do STF. Para suas lideranças, os oito ministros nomeados por Lula e Dilma não “corresponderam” com o agradecimento que deveriam ter aos seus “padrinhos”, isto é, absolver a companheirada das acusações de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva e outros atos criminosos.

Mesmo não acreditando na existência do “mensalão”, toda a operação que está em julgamento no STF, sob o olhar petista, não passou de uma manobra para garantir base parlamentar para o presidente Lula, sempre em nome de um projeto de governo que visava o bem-estar dos pobres e dos oprimidos.

Acredite se quiser, mas o PT vê nas figuras de Dirceu, Genoino e Delúbio um sacrifício de mártires em nome da democracia. Vão ao ridículo extremo de considerá-los presos políticos e pensam em recorrer às cortes internacionais de Justiça.

Com esse comportamento público – entrevistas e notas oficiais – o PT tenta transformar o STF numa corte de justiça semelhante às existentes hoje na Venezuela. Mas sua luta maior, seu objetivo, mesmo que jogue na lata de lixo da história sem programa político de fundação, é tentar provar que é apenas um partido igual a todos os outros.

CONVÉM NÃO ESQUECER (1)

Sempre é interessante lembrar os políticos que foram punidos e que deveriam ter se afastado para sempre da vida pública como é comum em países civilizados. Uma mancha, uma punição na biografia de homens públicos, é uma marca indelével que suja sua ficha eleitoral para sempre. No Brasil é diferente.

CONVÉM NÃO ESQUECER (2)

É do jornalista Carlinhos Brickmann a lembrança de políticos brasileiros recuperados para vida pública. “Houve outros eventos marcantes no passado. O presidente Collor sofreu impeachment, por exemplo, e está hoje no Senado, fazendo parte da base parlamentar do Governo Federal”

CONVÉM NÃO ESQUECER (2)

“O próprio José Dirceu teve o mandato parlamentar cassado (e continuou influindo nos rumos do Governo Federal). Valdemar Costa Neto e Roberto Jefferson deixaram a Câmara, mas continuam presidindo seus partidos e discutindo cargos no Governo Federal (e em outros – como o Governo paulista). Muitos perderam batalhas, mas continuam na guerra.”

SILÊNCIO EM SÃO PAULO (1)

Toda a confusão que vive o deputado federal Paulo Maluf se deve à atuação do PT na Câmara de Vereadores de São Paulo. Chamado de ladrão desde Lula até o mais modesto militante, Maluf teve a sua vida dificultada pelo PT, especialmente quando se tratava do desvio de dinheiro público nas obras da capital paulista.

SILÊNCIO EM SÃO PAULO (2)

Com o apoio de Paulo Maluf ao prefeito eleito Fernando Haddad, a questão dos 22 milhões de dólares que a justiça da Ilha de Jersey exige a devolução aos cofres da administração municipal tornou-se um caso silencioso para o PT.

SILÊNCIO EM SÃO PAULO (3)

Ninguém quer falar sobre a condenação de Paulo Maluf e nos escalões petistas a ordem é tratar do assunto como um “caso de Estado” para evitar a politização do tema. Quedm quiser saber como o PT tratava Maluf é buscar no Google “Lula critica Maluf”.

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