Só no batidão

A questão do áudio nas vias públicas precisa urgentemente ser revista. Não que tenha que ser proibida a sonorização, mas é preciso rever vários conceitos e com a maior urgência possível. A bagunça de áudio é incrível. E dói nos ouvidos. Normalmente são chamadas de propaganda das mais variadas casas que pretendem alcançar o público. Até aí tudo bem, mas esses áudios se confundem com buzinas, freiadas, com vários veículos que andam em forma de discotecas ambulantes – para mostrar o potencial dos tweeters ou dos alto-falantes (quem sabe?).

Vruumm. Saidafrente! Vai… Biiiiiiip! Atenção, pessoal… Não perca, grande show… Fommmmmmm! Vruummm….. Imperdível Vá conferir preços…fóóóóm! Saidafrente! ..do povo grande evento de concentração de fé… prá valeeeer! Circo ta chegando… Restaurante… Os …. motivos! e você está recebendo… bip..bip..bip…bip… Agora… carnes de qualidade…. Este ano… Eu sou… Restaurante… O com os melhores preços… Barbaridade!

Confuso, leitor?

Foi exatamente assim, na manhã quente do cotidiano da fronteira, quando uma onomatopéia, ou melhor uma anti-onomatopéia é, passada a eleição de outubro, em pleno novembro já quase encostando em dezembro, a realidade protagonizada pelos veículos que trabalham com áudio e, ao mesmo tempo, pelos veículos particulares que circulam com o “som a toda”, seja no funk, no charme ou no batidão, ou ainda no sertanejo.

Se a idéia era causar confusão ou atrapalhar todos conseguiram seu intento.

Se a intenção era passar mensagens comerciais ou vender o peixe, lamentem! Não foi esse o efeito desejado.

Ninguém consegue, no trânsito pesado, discernir nada das mensagens que estavam sendo veiculadas. Seria praticamente impossível ter um filtro auditivo tão apurado a ponto de isolar os milhares de sons e captar apenas um.

Pobres tímpanos!

Faz lembrar a briga de áudio da eleição passada. Os carros som e os veículos particulares só no batidão, circulando incontáveis vezes, passando pelo mesmo trajeto, ou descendo duas quadras pela Andradas, fazendo a conversão à direita pela Vasco, à direita pela Conde e, novamente, passando pela Tamandaré, repetindo esse trajeto. Ou, ainda, saindo da Conde, fazendo a conversão à esquerda na rotatória na Tamandaré antes da Rivadávia Corrêa e retomando pela avenida que margeia o parque Internacional em um circulo fechado, retornando após fazer o contorno na rotatória situada entes da curva que dá acesso à rua Hugolino.

Tampouco é necessário se ater ao fato de que os volumes utilizados são completamente díspares. Todo mundo precisa e quer, além disso, deve ter o direito de trabalhar. Mas… Carros, camionetas e motos com seus equipamentos sonoros em último volume querendo sobrepor-se aos outros. Mescla de sons em meio a esse já conturbado cenário sonoro, os costumeiros barulhos do trânsito: buzinas, gritos, freiadas, veículos com sistemas de som fazendo propaganda de empresas.

O fato é que toda essa parafernália, ao que era possível constatar pelos comentários dos transeuntes, estava era desagradando. Não representou propagação, publicidade e sim a desorganização social de quem não raciocinou do ponto de vista de quem teria que receber a mensagem.

É de se formar convicção quando alguém refere que falta profissionalismo e, em alguns casos, até ética. De fato, pelo cenário caótico que os olhos viram e os ouvidos captaram, falta até bom senso. Era perceptível a intenção de, sob alegação de livre circular, atrapalhar o som dos que também tem direito de andar com o celular ou o mp3 com fone de ouvido.

 

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