Os novos secretários
De alguns setores da comunidade – como é perfeitamente normal – há uma cobrança prévia quanto à emissão de opiniões em relação aos novos secretários, anunciados antes do feriado. Mario Santanna (Educação), Carlinhos Fernandes (Agricultura), Luis Claudio Quevedo (Habitação) e Horácio Dávila (DAE) foram os quatro nomes da composição do primeiro escalão do governo Glauber e Edu, junto com Fabrício Peres da Silva (Administração).
Prévia e precipitada, pode-se dizer. Primeiro, é preciso entender que se torna impossível qualquer opinião ou avaliação diante de um fato específico: a administração PT-PSD-PC do B ainda não começou. O histórico pregresso analisável dos nomeados se dá exclusivamente em função das atividades que exerceram em suas respectivas áreas de atuação ou setores, com as respectivas peculiaridades ou, ainda, em ambiente partidário. E, mais recentemente, em âmbito de campanha. Não que isso seja simples ou pouco. Porém, nenhum deles pode ser avaliado previamente ao desempenho das funções para as quais foram escolhidos. Seria a antítese de qualquer lógica.
Segundo, somente será possível qualquer análise a partir do exercício das atividades públicas para as quais foram escolhidos e, antes de mais nada, do momento em que se conheça o plano para cada pasta e autarquia, os focos e objetivos.
Glauber Lima e Edu Olivera, com o segundo lote de definições no secretariado, contemplam a coordenação de campanha e, dentro do sistema de funcionamento partidário do PT, a garantia do espaço para as chamadas correntes, ou tendências. Todas elas, conforme deixou claro o futuro mandatário.
Originalmente, em nível nacional, são, no mínimo, 16 tendências partidárias – as correntes, como popularmente são chamadas. Em Livramento, há representações de algumas delas. Na prática, a DS – Democracia Socialista, à qual pertence Glauber Lima, indicou dois secretários; enquanto a Unidade na Luta Democrática- UNLD – indicou outros dois. Fabrício e Luis Claudio, companheiros de trajetória de Glauber Lima – detentores, inclusive, de militância praticamente no mesmo nível do prefeito eleito – são da DS.
Carlinhos Fernandes e Horácio Dávila representam a Unidade na Luta Democrática.
Mário Santanna tem o que se chama trânsito livre e não integra nenhuma das tendências, tendo sido o grande estrategista matemático da campanha.
Há quem especule afirmando que o Amplo, outra tendência petista, terá indicado nome ou nomes para as próximas divulgações. É uma probabilidade.
Assim como também deverão ser anunciados secretários que podem advir da indicação de uma composição com outros partidos políticos, visando garantir a governabilidade.
A curiosidade mais acentuada – também normal – diz respeito a cinco pastas chaves. Ou melhor, aos nomes que serão indicados para comandá-las. O vice-prefeito eleito, Edu Olivera, deverá ser o secretário geral de governo. Com esta, serão seis pastas já definidas.
As chaves: Fazenda, Obras, Desenvolvimento, Saúde, Assistência Social e Serviços Urbanos.
É possível entender também que algumas delas sejam unificadas – quem sabe Saúde e Assistência Social? Obras e Serviços Urbanos? Vai depender do entendimento de custos e de um elemento que sempre precisa ser considerado quando a questão é reduzir pastas de governo. Aliás, dois. Orçamento e possibilidade de, via determinada pasta, carrear recursos.
O prefeito eleito vai herdar cofres vazios. E isso vai pesar muito no momento de constituir as equipes de trabalho e determinar quais secretarias devem operar, pelo menos no primeiro ano de governo. Quanto mais economicidade, melhor.
A luta do atual mandatário, buscando dinheiro, não é para deixar saldo positivo. É para conseguir cumprir com os compromissos até o fim de seu mandato, buscando evitar ao máximo legar novas dívidas a seu sucessor.
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