OS DIRCEUS DO BRASIL

O ex-ministro e ex-deputado José Dirceu é um figuraço. A gente nunca sabe quem é o Dirceu verdadeiro. Em qual deles podemos apostar na decência, na hombridade e na veracidade de suas palavras. Quem leu o livro “Todos os Sócios do Presidente”, dos jornalistas Tales Faria, Luis Antonio Novaes e Gustavo Krieger (gaúcho e neto do senador Daniel Krieger) pode conferir a orelha da obra, assinada por José Dirceu.

Corria o ano de 1992 e a bola da vez era o inventor do caixa dois federal, Paulo César Farias, investigado por uma CPI que na visão de José Dirceu só pode se instalar pela pressão da sociedade organizada e pela ação da imprensa. Era um tempo de namoro firma da mídia com o PT e seus porta-vozes qualificados como Dirceu.

Na verdade, uma imprensa que ao denunciar os “sócios do presidente” Collor nada mais fez do que faz agora denunciando o mensalão que só foi a julgamento pelas mesmas pressões da sociedade brasileira. Mas Dirceu agora está contra a imprensa e até ousa dizer que o STF o condenou numa decisão baseada “em indícios” e que seu passaporte foi recolhido “por puro populismo jurídico”.

É preciso que Dirceu se convença de uma coisa: a imprensa está no mesmo lugar de sempre, registrando todas as falcatruas dos sócios de todos os presidentes. Dos que passaram pelo Planalto e que confundiram interesses nacionais com interesses pessoais ou que misturaram os dois em proveito próprio.

Para encerrar; José Dirceu ainda está nos devendo a explicação sobre saída da Casa Civil depois que Roberto Jefferson lhe deu uma ordem, ao vivo, em rede nacional: “Saia já daí, Zé”. E o Zé saiu 48 horas depois da sua confortável e até então inatingível cadeira no Palácio do Planalto.

DESCANSO

Dirceu está abatido com a entrega de seu passaporte para a Procuradoria Geral da República por decisão do ministro Joaquim Barbosa. Vai limitar suas viagens ao território brasileiro. Aquelas escapadas internacionais para fazer seu trabalho de consultor de empresas, por enquanto, acabaram. Será que continuará com prestígio no Palácio do Planalto para as reivindicações de sua consultoria?

COLLOR, DE NOVO?

Já são três os partidos da base do governo que cogitam lançar candidatos próprios à Presidência da República. Depois do PSB e do PDT, foi o PTB que começou a falar no assunto. Quem seria o postulante petebista? O senador Fernando Collor (AL). Ex-presidente da República, Collor foi empossado no Palácio do Planalto em 1990 e deixou o cargo sob impeachment dois anos depois. Procurado, ele preferiu não se manifestar.

COLLOR É INOCENTE

É bom não esquecer que Collor, acusado de falcatruas mil, foi absolvido pelo mesmo STF que agora está condenando as lideranças do PT. Portanto, direito de concorrer e com ficha limpa, Collor está aí mesmo, sem perder sequer aquele seu jeito sinistro de olhar seus colegas no Senado, não é mesmo, senador Pedro Simon?

DRAMA DIÁRIO

A Farmácia do Estado, bem no centro de Porto Alegre, na última sexta-feira apresentava uma visão, digamos, haitiana. Dezenas de pessoas esperando numa fila, na rua, com calor de 35 graus, o atendimento. Outras, no interior da repartição, sem ar condicionado, sofrendo do mesmo jeito. Quem é mesmo o responsável por esse quadro lamentável?

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