Participação ativa

Muito se tem falado, nos tempos atuais, a respeito da necessidade de uma maior conscientização da população quanto à importância de que participe efetivamente do processo de escolhas e definições de seu futuro. É bem verdade que o exercício da cidadania muitas vezes pode ser um termo de difícil compreensão para uma significativa parcela da população, cujo grau de entendimento, até em função de outras preocupações justificáveis – como a vida cotidiana, as necessidades, as buscas pessoais, a família, enfim. Porém, também é preciso reconhecer que nas conversas do cotidiano as pessoas falam de vontades e expressam desejos de transformações radicais, soluções efetivas para as mazelas do dia a dia. Claro que muitas reconhecem que isso constitui um processo, o qual, com a participação da cidadania, torna-se mais célere.

Quando alguém acusa os santanenses de não participação – entre eles aqueles que determinam decisões importantes a respeito do próprio futuro da comunidade -, muitas pessoas ficam enraivecidas. Mas é preciso constatar o fato de que em termos de participação, a cidadania está bem aquém do que seria considerado o desejado. Não que não tenha motivos para tanto, especialmente em relação à política. Porém, o grande problema é a generalização, mas é fato que a participação popular é derivada de um entendimento de reduzido número de pessoas, por enquanto. Seja pela necessidade que tem o cidadão de preocupar-se com seu cotidiano, seus afazeres, enfim, sua vida dentro de questões para ele emergenciais, seja pela confusão que existe na cabeça das pessoas entre má política (e a corruptela, politicagem) e a política legítima, que é concebida para melhorar a vida do cidadão, não apenas em relação à burocrática estrutura da administração comunitária mas também em relação a questões bem mais simples, como por exemplo atender ao chamamento para apoiar o time de futebol que representa a coletividade em um jogo decisivo. É assim. E cada vez mais é preciso incentivar as pessoas a participarem, a emitirem suas opiniões.

Dentro dos preceitos constitucionais, a partir do conceito de democracia, deveria, pelo menos, ser natural a participação cidadã, nos instrumentos existentes – como os conselhos municipais, entidades representativas, entes associativos, etc… Entretanto, hoje, não há essa naturalidade. A frase mais ouvida é que a pessoa “não quer se incomodar”. Há esse perfil, assim como existe aquele que prefere a zona de conforto, entre outros diversos e diferentes tipos de cidadão.

Muitos acusam os acontecimentos do cotidiano político, porém, raros são aqueles que respeitosa e dedicadamente exercem o poder fiscalizador, buscando informação, assistindo sessões legislativas, por exemplo, chamando para si próprios a responsabilidade de medir os resultados. Os agentes políticos, nesse entendimento, permanecem – segundo essa ótica – como se fossem distantes de seus eleitores, quando, em verdade, jamais deveriam ser, pois estão na prática de uma delegação que lhes é feita pelo votante, com tempo específico, renovável, é verdade, mas com data de início e dia de término, se assim desejar o eleitor. Mas, esse mesmo eleitor, por vezes, prefere o “não divulgue meu nome” ao dispor-se ao debate.

A opinião, entretanto, é a definição, e o debate legítimo, dentro de regramentos estáveis e em alto nível, constrói. São entendimentos que precisam ser assimilados pela cidadania. Só assim, além de utilizar os instrumentos e ferramentas enquanto ser social, será possível propor reformulação, reformatação e, inclusive, criação de novos instrumentos e ferramentas.

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