Vítimas da Intriga e da Maledicência

Algumas pessoas gastam o seu tempo ao telefone, para ouvir ou contar uma fofoca , e apreciam fazer uma visita, não de amizade ou cortesia, mas para levar ou trazer um chisme, enredar alguém ou fazer uma intriga, sempre acrescentando, por sua conta, uma pitada de veneno.
Embora cultivem o vício ou fraqueza da maledicência, estas pessoas no fundo não são más. Apenas ignoram que o que nos protege e fortalece é ser discreto, observar, ouvir e calar.
Se você tiver um parente, amigo ou conhecido suspeito da fraqueza da maledicência, observe e analise seu comportamento e redobre seus cuidados antes de lhe falar ou confiar qualquer coisa que, mesmo não sendo de maior gravidade, possa se transformar numa intriga, injustiça ou armadilha contra uma pessoa inocente ou contra você mesmo.
Suponhamos que alguém lhe conte um fato e você o passe adiante. Para todos os efeitos a última pessoa que o contou foi você, e a pessoa para quem você contou certamente dirá: “foi o fulano que me contou”. Portanto, você é responsável pelo que sai de sua boca.
Mário Quintana num de seus livros faz esta recomendação: “Não te abras com teu amigo / Pois outro amigo ele tem / E o amigo do teu amigo / Possui amigos também.”
Diante da indefinida e ilimitada cadeia de novas amizades que hoje vai se formando através da internet e das chamadas redes sociais, qualquer comentário que se faça a bem de conversa pode causar problemas, gerar transtornos ou ressentimentos.
Quando tentei publicar o meu primeiro artigo, entreguei-o para um conhecido que trabalhava no jornal. O artigo nunca foi publicado. Depois soube que o chefe de redação o havia reprovado, amassado e jogado fora.
Quarenta anos depois, o próprio sujeito para quem entreguei aquele artigo, talvez pelo remorso de ter cometido uma injustiça, veio me confessar que ele mesmo o havia extraviado, inocentando assim o chefe de redação, nosso amigo, já falecido, que nunca ficou sabendo dessa história.
Assim, sem saber como ou por quê, você é enredado, boicotado, injustiçado ou ‘queimado’, e pode se transformar de amigo em inimigo de uma pessoa.
Certa vez minha mãe me deu de presente um livro de Joseph Murphy. Nesse livro tinha uma passagem onde o autor dizia: “Quando João vem me falar de Antonio, fico sabendo mais de João do que de Antonio”. Isto é uma grande verdade.
No entanto, há cinqüenta anos atrás, aconteceu aqui uma tragédia lamentável , o assassinato seguido de suicídio envolvendo dois amigos, o prefeito e o ex prefeito da cidade, vítimas da intriga e da maledicência.
Luciano Machado

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