Da Tela Mágica.. Relatos sobre a Sétima Arte

Muito apropriado e agradável o novo livro de crônicas sobre cinema do poeta e escritor santanense José Ronaldo Viega Alves.

Embora nos pareça que não haveria muito o que falar sobre a distante época dos antigos cinemas da fronteira além do espaço de uma crônica, DA TELA MÁGICA … é um livro mágico e surpreendente, cheio de relatos e recordações, desde a infância do autor, quando, depois de uma semana de espera, da missa e do almoço de domingo, a gurizada se distribuía avidamente, entre os cinemas de Santana e Rivera, atraída pelos títulos e cartazes.

Em Santana eram o Cinema Colombo, o Internacional e o popular Cineminha do Seu Hermes; em Rivera, o Avenida, o Rex e o Astral — e todos tinham os seus atrativos e o seu público, misturando idiomas e classes sociais, porém irmanados pelo mesmo sentimento de expectativa e emoção, diante da magia do espetáculo cinematográfico.

Falando no Seu Hermes, nosso particular amigo, hoje com mais de 90 anos, o José Ronaldo dedica a ele uma crônica exclusiva, neste livro, sob o título O Mago da Vila Júlio de Castilhos.

Nas matinês de domingo a que se refere o Ronaldo, geralmente eram exibidos três filmes de gêneros diferentes, que podiam ser uma comédia, um filme de Tarzan ou de aventura na selva e outro de faroeste.

Então o autor nos fala das emoções vividas, desde que adentrava no cinema, com o murmúrio e o barulho dos assistentes se acomodando em seus lugares, o apagar das luzes, os assobios e sapateados, e o silêncio que se seguia , alternado com novos gritos, sapateados e assobios, até o final das sessões, diante do suspense, das surpresas, da ação eletrizante e das tramas que se iam revelando.

Somente quem viveu essa época mágica do cinema e das matinês de domingo pode avaliar o que eram aqueles tempos.

Autor de mais de 30 livros em prosa e poesia sobre assuntos variados, o José Ronaldo, bancário aposentado e membro da Academia Santanense de Letras, é um apaixonado pela Sétima Arte e compara o Cinema a um Templo, pois ambos possuem seus mistérios e são sagrados para ele, desde a sua infância e juventude, até os dias de hoje.

Depois deste breve comentário, o resto é com o Ronaldo, a quem parabenizo e agradeço pelo entretenimento e o prazer que nos causa a leitura deste seu precioso livro.

Luciano Machado

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