Dualismos econômicos

Depois de alguns anos de ventos favoráveis na economia mundial, quando ocorreu uma expansão consistente que se projetou sobre os países ricos e também sobre as economias emergentes, a previsão agora é de que essa tendência comece a se inverter. (Infelizmente, o governo social de Lula jamais soube aproveitar esse clima vivido até hoje, para alavancar a economia, algo que também o governo Dilma está buscando fazer com mais destaque, embora foque somente no incentivo ao crédito). A crise do crédito norte-americano é vista como a ponta de um iceberg. As expectativas de um crescimento global de 3,4% do PIB mundial poderão ser drasticamente contidas. Teme-se que as consequências da crise norte-americana poderão levar a uma estagnação que reduzirá para 1,6% o crescimento mundial, o que afetará gravemente as economias em desenvolvimento. Os preços das commodities tenderão a cair e os exportadores de bens agrícolas serão os primeiros a ser atingidos.
Para! Espera aí! Não é o wwque está sendo possível perceber em larga escala, embora os números sejam incontestáveis, há várias formas de olhar para eles. Em vez de alarmismo, quem sabe oportunidade?
Em uma economia globalizada, essa situação impõe aos estrategistas de todos os governos, e claramente aos do Brasil, a necessidade de atenção especial. É preciso fomentar as exportações e dinamizar o mercado interno. A dimensão da nova crise global, cuja extensão ainda divide os especialistas, terá efeitos especialmente não sabidos para os países pobres beneficiados pelo atual boom dos preços das matérias-primas e dos produtos agrícolas. Mesmo que, como afirma o Banco Mundial, a nova crise dos EUA ainda não tenha afetado seriamente os países em desenvolvimento, tal impacto necessariamente se dará, com maior ou menor efeito sobre as economias. A dimensão do impacto deverá ser inversamente proporcional à estabilidade conseguida por esses países. É uma situação que obriga o Brasil a insistir nas medidas de consolidação da economia e na construção de uma arquitetura financeira e governamental que resista aos eventuais choques externos. O bom momento econômico vivido pelo Brasil – que soube enfrentar as dificuldades dos anos 90, que conseguiu gerenciar suas contas e mantê-las saudáveis, que domesticou uma inflação nefasta, que fez suas primeiras reformas e que com isso equipou-se para uma nova fase de crescimento – deverá ser desafiado por essa crise dos mercados mais ricos.
A situação econômica global e seus previsíveis efeitos sobre o País recomendam um planejamento estratégico adequado, o uso consistente dos recursos e dos investimentos e a identificação dos fatores, especialmente na infraestrutura, que garantam o atual arranque de crescimento. A conquista das condições para uma retomada do crescimento não pode ser desperdiçada por políticas públicas apressadas ou irresponsáveis. A trajetória recente da condução econômica aponta, felizmente, no sentido de que nosso país e seus governantes já acumularam suficiente experiência para evitar as armadilhas de uma nova crise global. As próprias instituições multilaterais atribuem ao Brasil de hoje melhores condições de enfrentar crises globais do que as que detinha no fim do século 20.
O Brasil, entretanto, vai aguentar.
Porém, o governo precisa fazer mais para que as pessoas que estão excluídas possam ser trazidas para a luz da disponibilização de recursos, por exemplo.
Dilma tem feito muita coisa de positivo, mas ainda precisa lidar com o social agregado ao econômico-financeiro.
Porque a população brasileira precisa que seja assim.

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.