Reciclar hoje para garantir um futuro limpo

Ecoponto santanense já recebe cerca de 16 toneladas de pneus que são descartados nas borracharias ou deixados na cidade por visitantes

Um novo capítulo na história. São dois anos de um trabalho consistente, árduo, incessante, porém, absolutamente necessário quanto se trata de melhores cuidados com o meio ambiente, a preservação deste e a preparação do terreno do planeta para as gerações futuras.

Local já recebe uma grande quantidade do produto que é descartado, e de lá segue para a reciclagem

Diariamente, roda pelas ruas da cidade um número gigantesco – e cada vez maior – de carros e motocicletas que não fariam os seus deslocamentos não fosse pela presença de uma peça indispensável: o pneu. Bem cuidado por alguns, mal tratado por outros, mas com um destino final absolutamente certo: o descarte. É nesse momento que começa a grande preocupação da imensa maioria dos ambientalistas que apresentam propostas cada vez mais aceitas pela sociedade sobre a forma de melhor reutilizar essa grande quantidade de borracha, além de outros materiais que fazem parte de sua composição. Sant’Ana do Livramento deu um salto na frente de diversos municípios gaúchos, ao ter implantado no cidade o chamado “Ecoponto”.

O Ecoponto é para a regularização da poluição dos pequenos geradores de pneus: borracharias, revendas, oficinas, entre outros, e já acumula praticamente 16 toneladas do produto que é descartado em diversos pontos da cidade e levado para o local para ser tratado quimicamente com produtos que impedem a proliferação do mosquito da dengue, antes de deixarem a cidade. Além dos danos causados à natureza, o acúmulo de pneus no ambiente constitui também grave ameaça à saúde pública, devido a sua relação direta com a propagação de doenças, em especial a dengue. Há, ainda, o risco de contaminação do ar, do solo, e do lençol freático.

A visita diária de agentes de controle de endemias garante o controle da dengue com a borrifação de veneno e eliminação de possíveis criadouros de mosquito na área do depósito. “Esse foi um passo importante na questão dos pneus. Esse tipo de iniciativa deve servir de exemplo para toda a sociedade, que tem que se mobilizar sempre a favor das boas políticas públicas”, comenta Luis Velasquez Fernandes, ao dizer que a Secretaria do Meio Ambiente tem atuado de forma fluente no local. “Temos um projeto em parceria com a cooperativa Coolivra, que permite colocar aqui no local que seria utilizado como a área de transbordo. Aqui é reciclagem seca, ou seja, baterias de celular, celulares, embalagens de agrotóxicos e outros materiais secos. O projeto visa, também, trazer a comunidade para cá, para auxiliar a desmontar rádios, computadores e outros materiais. Em breve, esperamos fazer uma parceria e adquirir uma máquina para picar o pneu, para que tenha menos volume. Aqui, hoje, o pneu é tratado, descontaminado e depois vem um caminhão fechado e leva para outro local. Os pneus estão sendo trazidos para cá há cerca de dois anos. O que nos deixa feliz é que a comunidade está ajudando muito. Se vê até os carroceiros que juntam sucata e vêm aqui trazerem os pneus. Agora a coisa está crescendo”, diz o homem que cuida diretamente do local. Segundo Luiz, o cidadão comum, ao fazer o descarte do seu pneu em qualquer ponto da cidade, caso queira, pode levar o material diretamente para a área localizada nas adjacências da sede campestre do Clube Santa Rita, às margens da BR 293.

Você sabia ?

Todos os anos, são jogados na natureza 14,9 milhões de pneus que não foram destinados à reciclagem ou recauchutagem. Se considerada toda a produção da indústria de pneus no país, desde sua implementação no final da década de 1930, até hoje, a estimativa é que estejam espalhados pelo meio ambiente pelo menos 100 milhões de unidades. Os números são resultados de um recente estudo feito por alunos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. No trabalho, os alunos lembram que, em 1999, foi aprovada no Brasil uma resolução que instituiu a responsabilidade do produtor e do importador pelo ciclo total do produto. Entre 2002 e 2006, a meta estabelecida na resolução foi atingida uma única vez. O pneu não é um produto biodegradável e seu tempo de decomposição na natureza é indeterminado, o que lhe confere caráter especialmente nocivo do ponto de vista ambiental.

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