Responsabilidade

Qual o papel do cidadão em sua comunidade? Como Sant’Ana do Livramento pretende alcançar o desenvolvimento? Com atitude. Trabalho, investimento, fim da zona de conforto e, acima de tudo, união. Pelo menos essa é a ideia central.

Quando alguém acusa os santanenses de não participação – entre elas aquelas que determinam decisões importantes a respeito do próprio futuro da comunidade -, muitas pessoas ficam enraivecidas. Mas é preciso constatar o fato de que em termos de participação, a cidadania está bem aquém do que seria considerado o desejado. Não que não tenha motivos para tanto, quando o assunto é essencialmente política, porém, o grande problema é a generalização, mas é fato que a participação popular é derivada de um entendimento de reduzido número de pessoas, por enquanto. Seja pela necessidade que tem o cidadão de preocupar-se com seu cotidiano, seus afazeres, enfim, sua vida dentro de questões para ele emergenciais; seja pela confusão que existe na cabeça das pessoas entre má política (e a corruptela, politicagem) e a política legítima, que é concebida para melhorar a vida do cidadão; governo, ideologia, partidarização, entre outros elementos; está claro que é preciso, cada vez mais, incentivar as pessoas a emitirem suas opiniões.

É fundamental entender que política se faz no dia a dia. É a arte da relação, da conjunção de esforços. Efetivamente, a arte de dialogar.

Livramento elegeu 17 cidadãos para a Câmara de Vereadores e um projeto alinhado com Estado e União no dia 7 deste mês. O desempenho se dará a partir de janeiro de 2013. Mas é essencial ponderar que não são os 17 mais o prefeito e sua equipe os únicos responsáveis por fazer a cidade alcançar aquilo que é desejado por todos: desenvolvimento.

O próprio cidadão precisa assimilar que é partícipe.

A omissão, consentida ou voluntária, afronta a democracia.

Exercício da cidadania parece de difícil compreensão para uma significativa parcela da população, cujo grau de entendimento, até em função de outras preocupações justificáveis – como a vida cotidiana, as necessidades, as buscas pessoais, a família, enfim, tantas outras – não está apurado. Por outro lado, também é preciso reconhecer que nas conversas do cotidiano as pessoas falam de vontades e expressam desejos de transformações radicais, soluções efetivas para as mazelas do dia a dia. Claro que muitas reconhecem que isso constitui um processo, o qual, com a participação da cidadania, torna-se mais célere.

Muitos acusam os acontecimentos do cotidiano político, porém, raros são aqueles que respeitosa e dedicadamente exercem o poder fiscalizador, buscando informação, assistindo sessões legislativas, por exemplo; chamando para si próprios a responsabilidade de medir os resultados daquilo que seu voto tornou possível na eleição anterior. Os agentes políticos, nesse entendimento, permanecem – segundo essa ótica – como se fossem distantes de seus eleitores, quando, em verdade, jamais deveriam ser, pois estão na prática de uma delegação que lhes é feita pelo votante, com tempo específico, renovável, é verdade, mas com data de início e dia de término, se assim desejar o eleitor. Mas, esse mesmo eleitor, por vezes, prefere o “não divulgue meu nome” ao dispor-se ao debate.

A opinião, entretanto, é a definição, e o debate, legítimo, dentro de regramentos estáveis e em alto nível, constrói. São entendimentos que precisam ser assimilados pela cidadania. Só assim, além de utilizar os instrumentos e ferramentas enquanto ser social, será possível propor reformulação, reformatação e, inclusive, criação de novos instrumentos e ferramentas.

Lembrar-se de que o cidadão também é responsável, é político – pode até ser apartidário – pela fiscalização, por exigir e ainda, dessa forma por combater os expúrios, praticando a boa política, ocupando espaço dos corruptos, vigaristas, picaretas e outros parasitas que estão hoje, meramente a pretexto do bem coletivo; exercendo o contrário, pugnando pelos próprios interesses e vontades particulares de seus aliados.

 

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