Trabalhador rural encontrado morto em assentamento no Passo da Cruz

Arnildo Gomes, de 53 anos, havia registrado queixa por ameaças que vinha recebendo

Deve ser velado durante o dia de hoje o corpo do trabalhador rural Arnildo Gomes, de 53 anos, que foi encontrado no inicio da tarde de ontem caído em uma sanga localizada no lote 74 do assentamento Conquista da Liberdade, no Passo da Cruz. Inicialmente, os familiares acreditaram tratar-se de um caso de afogamento, razão pela qual comunicaram a Brigada Militar e a Polícia Civil e providenciaram o recolhimento do corpo pela funerária de plantão.

A demora na liberação do corpo para os atos de encomendação e sepultamento é um sinal evidente de que o caso não é tão simples quanto parecia no inicio. Já no primeiro exame realizado no corpo do assentado, já na sala de necropsia da Santa Casa de Misericórdia, constatou-se que ele havia sofrido dois cortes bem profundos na cabeça, um na nuca e outro na orelha esquerda. Esse fato despertou a atenção da Polícia Civil, que mudou o foco de análise do caso e deverá investigar a morte do trabalhador rural como sendo um caso de homicídio ou até de latrocínio.

A morte foi comunicada na DPPA pelo filho de Arnildo Gomes, o também trabalhador rural Junior Gomes, de 24 anos, que da mesma forma é assentado no Conquista da Liberdade. Ele contou que o pai saiu de casa, no lote 47 do mesmo assentamento, por volta das 9 horas, não retornando mais. Ao meio-dia, os familiares começaram a procurar por ele e acabaram por encontrá-lo caido de bruços na sanga que existe no lote 74, a cerca de 1 km de sua casa. 

Antecedentes 

Como inicialmente acreditou-se que o trabalhador rural tivesse morrido por afogamento, os familiares providenciaram a retirada do corpo. Em razão disso, os peritos do Instituto Geral de Perícias desistiram de fazer o levantamento no local, que foi considerado desfeito para o propósito do trabalho técnico realizado por esse setor. Ao analisar o corpo, confirmou-se porém que Arnildo sofreu golpes de instrumento cortante na parte de trás da cabeça.

Ao procurar maiores informações sobre a vítima, os policiais plantonistas da DPPA constataram que o trabalhador rural já vinha se queixando de problemas há algum tempo. O último registro feito por ele foi exatamente por ter sofrido ameaças de morte. Além disso, familiares da vítima também têm se envolvido em problemas que resultaram em registros de ocorrência na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento.

O tipo de problema enfrentado por Arnildo Gomes e seus familiares não chegou a ser informado pela Polícia, mas acredita-se que se tratassem de disputa pela ocupação de espaços dentro do próprio assentamento. A Polícia Civil deverá esclarecer esses aspectos a partir dos depoimentos que serão tomados a partir desta segunda-feira. Os nomes envolvidos em registros de ocorrência relacionados com o trabalhador rural encontrado morto na tarde de ontem deverão ser intimados a prestar informações à Polícia. A princípio, duas linhas de raciocínio deverão orientar as investigações. A primeira delas é a de homicídio motivado por algum tipo de vingança ou pelas ameaças informadas pela vítima. A linha alternativa é a de latrocínio (matar para roubar), uma vez que o celular do trabalhador rural, inclusive com a capa onde era transportado, bem como a faca com bainha que ele carregava consigo, não foram encontrados junto ao corpo, na sanga do lote 74 do Conquista da Liberdade.

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