Foco na eleição

Vencida a última etapa do processo de campanha eleitoral, o debate da rádio RCC FM na noite de ontem marcou, sobretudo, que ainda há uma grande incógnita no que se refere a quem será o novo prefeito de Livramento. Não que se refira especificamente as questões de pesquisas eleitorais ou mesmo ao número de candidatos, ou ainda ao percentual de indecisos que está sendo propagado amplamente como definidor da eleição.

O foco é justamente proporcionar as condições para que o eleitor, soberanamente, decida conforme sua livre consciência, mas que, sobretudo, tenha consciência de que seu ato de alguns segundos poderá se refletir pelos próximos quatro, oito, dezesseis anos.

É justamente essa condição que precisa estar muito em voga. O melhor candidato, o melhor projeto do ponto de vista da transformação coletiva é, indubitavelmente, o grande elemento a ser considerado nesse exercício de cidadania e democracia.

A RCC FM cumpriu com seu papel de permitir, sendo um elo de ligação, que eleitores ouvissem seus candidatos e estes expusessem suas intenções, opiniões e, de forma efetiva, a real ação que pretendem implementar caso eleitos.

Os seis candidatos a prefeitura de Livramento marcaram presença ontem em um legítimo show de democracia e cavalheirismo, apresentando propostas, colocando a cara a tapa, dizendo a que vieram, a fim de que seus concidadãos que os estavam ouvindo pudessem formar suas próprias convicções em conformidade com suas consciências. Estava cumprido, portanto, um dos preceitos basilares: o de assegurar, democraticamente, toda a possibilidade para que o cidadão decida, conforme seu livre arbítrio e sua consciência, mesmo que se arrependa depois por ter votado errado. A questão é que teve a liberdade para tanto, sem ser interrompido ou pressionado por quem quer que seja.

Isso é cidadania.

Ou seja, resgatar a essência da questão. O conceito de cidadania tem origem na Grécia clássica, sendo usado então para designar os direitos relativos ao cidadão, ou seja, o indivíduo que vivia na cidade e ali participava ativamente dos negócios e das decisões políticas. Cidadania, pressupunha, portanto, todas as implicações decorrentes de uma vida em sociedade.

Ao longo da história, o conceito de cidadania foi ampliado, passando a englobar um conjunto de valores sociais que determinam o conjunto de deveres e direitos de um cidadão “Cidadania: direito de ter direito” e, desta forma, o direito de ter direito a votar livremente estava assegurado, sem que existisse qualquer tipo de ameaça a ele. Os direitos políticos são regulados no Brasil pela Constituição Federal em seu artigo 14 que estabelece como princípio da participação na vida política nacional o sufrágio universal. É a cidadania brasileira ou seja, a soma de conquistas cotidianas, na forma da lei, de reparações a injustiças sociais, civis e políticas, no percurso de sua história e, em contrapartida, a prática efetiva e consciente, o exercício diário destas conquistas com o objetivo exemplar de ampliar estes direitos na sociedade. Neste sentido, para exercer a cidadania brasileira em sua plenitude torna-se absolutamente necessário a percepção da dimensão histórica destas conquistas no percurso entre passado, presente e futuro da nação. Este é o caminho longo e cheio de incertezas, a originalidade e especificidade da cidadania brasileira, que os sociólogos e antropólogos enfocam e enfatizam. Por essência, é a cidadania da brasilidade que, aqui em Sant’ Ana do Livramento está calcada no desejo de transformação positiva, de realizações visíveis, utilizáveis e práticas, de reparos necessários e ágeis, de eficiência nos serviços básicos e de melhores condições, sobretudo no que tange a qualidade de vida, trabalho e renda para as pessoas.

Agora, o foco é domingo, dia da eleição.

Portanto, entre os candidatos, que vença o mais preparado para conduzir Livramento. E, sobretudo, entre os eleitores, que a vitória seja da cidadania.

 

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