Fim de campanha

As disputas estão mais acirradas. Os discursos mais ásperos. As ações judiciais começam a ser julgadas e as decisões começam a ser divulgadas. Acirra-se o espírito de embate dos participantes do pleito. Nesta última semana de campanha, o eleitor vai perceber uma mudança no tom dos candidatos, algo, aliás, que já está em curso uma vez que não foram registradas oficialmente pesquisas eleitorais, exceto aquelas para consumo próprio dos partidos políticos.

O fato é que os discursos no horário eleitoral e também nos contatos com os eleitores nos bairros tornaram-se mais duros, e a boa convivência entre os candidatos, que marcou os primeiros meses de campanha, não existe mais, é cada um por si e, de preferência que o outro fique para trás. Basta verificar o que disseram nos últimos dias no horário eleitoral e nos eventos em que foram chamados a se apresentar. Cada um com suas queixas. Natural quando percebe-se que Sant’Ana do Livramento é uma cidade diferente a partir do momento em que há seis forças políticas disputando e que isso poderá comprometer ou não os próximos 4 ou 40 anos, da mesma forma que na eleição para deputados é preciso eleger um representante essencialmente local. Se é que as pessoas ainda pensam nisso.

Campanha eleitoral em que a disputa envolve Câmara e Prefeitura sempre tem um toque diferente, já que as paixões se afloram e exacerbam os pronunciamentos. A militância se envolve mais, e, quando não há bom senso, ultrapassa os limites. Em Livramento, não houve casos de enfrentamentos, mas o uso do jogo baixo de ações anônimas voltou à cena, como por exemplo o ainda misterioso ato de vandalismo constante que marcou a semana passada com as destruições de materiais de vários candidatos nos bairros.

Enquanto a pressão se desenvolve entre a militância, ainda há espaço para algum tipo de compreensão, mas não se deve esperar o mesmo das lideranças. Entrar no jogo bruto é um equívoco comprovado pelas urnas. Embora sempre haja aqueles que gostam de ver o circo pegar fogo, a opção do eleitor passa longe da truculência. Há claros exemplos em que o jogo rasteiro produziu efeito contrário e danos colaterais aos seus autores. Campanhas marcadas por esse estilo não resultam, necessariamente, em vantagens.

O eleitor, em última instância, quer discursos propositivos, que falem diretamente às suas demandas ou às da sua região. Por isso, nesta reta final, que prevaleça o bom discurso, ao nível dos próprios candidatos que, em suas histórias, sempre agiram dentro dos limites do bom senso.

Está sendo preterida a batalha. É, sim uma guerra, uma disputa pelo voto, mas, acima de tudo os cidadãos querem enfrentamento efetivo, mas de uma forma muito simples: mais embate e menos combate.

Quem leva a melhor?

Aquele que mostrar firmeza sem truculência; inteligência sem prepotência; realismo e realidade a sonhos e promessas vãs. Aquele que demonstrar que suas soluções propositivas são, de fato, realizáveis, que tem possibilidade de serem levados a efeito.

Mas, fundamentalmente, é preciso não esquecer que a grande decisão cabe soberanamente ao eleitor.

 

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