Coordenadora da 19ª CRE destaca: “Não estamos fazendo nenhuma ‘enturmação’ de alunos”

Coordenadora da 19ª Coordenadoria Regional de Educação, Meire Garagorry, destacou que todas as decisões tomadas serão sem prejuízo à carga horária dos professores e também pensando nos alunos

Turmas pequenas não deverão ser formadas no próximo ano, obedecendo à orientação da Secretaria Estadual de Educação

Em virtude da possibilidade de remanejamento de alunos, devido ao baixo número de estudantes em algumas turmas da rede estadual de educação, a reportagem do jornal A Plateia procurou a coordenadora da 19ª Coordenadoria Regional de Educação, professora Meire Garagorry, para esclarecer os principais pontos da questão e entender como ela deve ser aplicada nas escolas da rede estadual, nas cidades de cobertura da 19ª CRE, incluindo aí Sant’Ana do Livramento. Ela destacou que o que deve ser feito inicialmente é um melhor aproveitamento da carga horária dos professores da rede pública estadual. Em sua avaliação inicial, Meire destacou a iniciativa do governo na contratação de novos professores, “nós temos dados e índices de que os números de matrículas estão diminuindo, e em contrapartida, está aumentado o número de professores. Até por uma questão da lei, uma vez que ela atribui ao gestor público que devemos ter esse olhar e esse cuidado de não aplicar verbas públicas onde não há necessidade, temos que fazer uma avaliação da estrutura de RH e ver onde temos professores com carga horária ociosa e utilizar esta carga horária em uma atividade. Isto não significa que vamos fazer o professor trabalhar além do seu regime de trabalho. Ele vai trabalhar aquilo que ele precisa e que deve trabalhar. Nós respeitamos toda a estrutura legal que ampara o trabalho do professor. Agora, temos turmas aqui na cidade, de terceiros anos do ensino médio, com apenas seis alunos em sala de aula”, destaca.

Meire destacou que no início do ano letivo, foi pessoalmente ao encontro destes alunos, para ter uma conversa franca e aberta com os mesmos, uma vez que manter praticamente mais de 10 professores para apenas seis alunos, acarretava um elevado custo. E em contra-partida, a mesma obteve dos alunos o compromisso de empenho. Porém, situações semelhantes não serão apresentadas no próximo ano. “Não vamos tirar o direito destes alunos de se formarem. Nós estamos apenas nos reestruturando para que no ano de 2013 essas turmas se componham dentro do ordenamento legal do ensino fundamental, que é de 25 alunos a 30 para turmas finais, e no ensino médio, até 40 alunos. Temos escolas onde a procura é muito grande e temos turmas com excesso de alunos. Uma média de 40 alunos é o número previsto pela Secretaria Estadual de Educação como um número ideal”, afirma.

Sobre uma possível “enturmação” de alunos 

Coordenadora da 19ª CRE, Meire Garagorry

O termo utilizado para definir a questão de reunir alunos de séries diferentes em uma mesma sala de aula não agradou a coordenadora. “Não estamos fazendo nenhum tipo de ‘enturmação’, que é uma palavra que está inclusive muito desgastada, muito usada em outros momentos. O que estamos fazendo é tentando reorganizar os quadros das turmas, e isto passa pela coordenadoria e pela figura do diretor em cada uma das escolas. Porque, no início de cada ano, temos uma portaria que regula o número de matrículas por escola. Esta portaria diz que em cada sala de aula é aconselhável ter, no máximo, um aluno por metro quadrado. Não estamos pegando, por exemplo, alunos de 4º, 5º e 6º ano e colocando dentro de uma sala de aula. Estamos é readequando o número de alunos por sala de aula. O processo todo é muito tranquilo e não deve receber objeção alguma, até porque não estamos lesando o direito de ninguém, mas sim garantindo o direito dos alunos que estão na rede pública de terem professores”. 

Evasão de alunos

Sobre a evasão de alunos, a coordenadora foi além da sala de aula e destacou fatores externos como determinantes para o alto índice de evasão, principalmente no ensino médio. “Muitos alunos se evadem, com a própria reestruturação do ensino médio. Ela vem e traz, no seu bojo, a permanência deste aluno. O que temos que defender dentro da escola pública é o acesso deste aluno ao conhecimento e a sua permanência dentro da sala de aula. A escola também precisa fazer um trabalho de olhar para si e olhar para seus resultados e ver o porquê destes alunos não estarem dentro da sala de aula, o que os fez ir para longe da escola, o que os fez evadir. A nossa responsabilidade é visitar esse aluno, conversar com a família e buscar o apoio dos mesmos para permanência deste aluno na escola. Hoje, o Estado do Rio Grande do Sul já universalizou o ensino do primeiro ao nono ano, no ensino fundamental. Nós atendemos quase toda a faixa etária neste período, e precisamos agora ampliar e atender o ensino médio, temos muitos alunos do ensino médio fora da sala de aula ainda, esse é o nosso trabalho e a nossa meta, buscar a permanência deste aluno dentro da escola”. 

Na atualidade, vemos alunos concluindo com ensino médio já na maioridade, como você vê está questão? 

“Eu vejo isso positivamente, isso significa que esse aluno, por alguma razão, esteve afastado da escola por um determinado período, mas retornou, buscou pelos estudos. Tanto, que temos as turmas de EJA – Educação de Jovens e Adultos – abertas com grande procura. Essas pessoas estão buscando concluir o ensino médio. Acredito que o aluno que não se afasta da escola, consegue se formar ainda com 15 ou 16 anos”, concluiu a professora Meire Garagorry, Coordenadora da 19ª CRE.

 

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.