Sinfonia da barafunda

Biiiiiiip! Atenção, pessoal… Não perca, grande show… Militância… as pesquisas… Fommmmmmm! Vruummm.. vamos receber o deputado… Vote no dia 7 de outubro… As melhores propostas… Carreata da vitória! Eu sou eu…fóóóóm! Sai da frente! ..do povo… prá valeeeer! Federal, ta chegando… Restaurante… Os …. motivos! Eleitor… eu sou… Seu voto… e você está recebendo… bip..bip..bip…bip…com o ex-senador… Agora… carnes de qualidade…. Este ano… Ele… para Sant’Ana… Eu sou… Restaurante… O melhor candidato… com os melhores preços… Barbaridade! Vote…

Confuso, leitor?

Foi exatamente assim, na manhã de sexta-feira, quando uma onomatopeia, ou melhor, uma anti-onomatopeia foi protagonizada por pelo menos quatro das seis forças políticas que disputam a eleição deste ano no cruzamento da Andradas com a Tamandaré. Buzinas, brados, jingles das campanhas eleitorais, comerciais de áudio de empresas, locutores no interior de veículos fazendo chamamento ao vivo.

Se a ideia era causar confusão ou atrapalhar um e outro, parabéns! Todos conseguiram seu intento.

Se a intenção era esclarecer ao eleitor, passar mensagens ou celebrar a democracia, lamentem! Não foi esse o efeito desejado.

Ninguém conseguia discernir nada das mensagens que estavam sendo veiculadas. Seria praticamente impossível ter um filtro auditivo tão apurado a ponto de isolar os milhares de sons e captar apenas um.

Pobres tímpanos!

Não cabe sequer mencionar o fato de que os carros-som circularam incontáveis vezes, passando pelo mesmo trajeto, ou descendo duas quadras pela Andradas, fazendo a conversão à direita pela Vasco, à direita pela Conde e, novamente, passando pela Tamandaré, repetindo esse trajeto. Ou, ainda, saindo da Conde, fazendo a conversão à esquerda na rotatória na Tamandaré antes da Rivadávia Corrêa e retomando pela avenida que margeia o parque Internacional em um circulo fechado, retornando após fazer o contorno na rotatória situada antes da curva que dá acesso à rua Hugolino.

Tampouco é necessário se ater ao fato de que os volumes utilizados, naqueles cerca de 30 minutos em que estava havendo uma manifestação na chamada “esquina democrática”. Carros, camionetas e motos com seus equipamentos sonoros em último volume buscavam em uma disputa nada salutar aos ouvidos, sobrepor-se aos outros. Era um gritando ao microfone, outro tocando jingle a todo compressor, enquanto, em meio a esse já conturbado cenário sonoro, os costumeiros barulhos do trânsito: buzinas, gritos, freadas, veículos com sistemas de som fazendo propaganda de empresas.

O fato é que toda essa parafernália, ao que era possível constatar pelos comentários dos transeuntes, estava era desagradando. Não representou festa, mas sim a desorganização social de quem não raciocinou do ponto de vista de quem teria que receber a mensagem.

É de se formar convicção quando alguém refere que falta profissionalismo e, em alguns casos, até ética. De fato, pelo cenário caótico que os olhos viram e os ouvidos captaram, falta até bom senso. Era perceptível a intenção de, sob alegação de livre circular, atrapalhar o som dos outros partidos, embora se questionados, nenhum dos que por ali passaram admitiria isso.

Que o episódio não se repita, pois, do contrário, seria mais uma circunstância constrangedora para este fim de campanha que já vem sendo marcado pela destruição de material de propaganda. Lamentável!

 

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