DILMA NÃO FALOU COM OBAMA

Quando a presidente Dilma Rousseff se programou para a viagem aos EUA para falar na Assembléia Geral da ONU havia também a possibilidade de um encontro com o presidente Barack Obama, o qual acabou não acontecendo. Tudo porque dias antes o governo americano enviara uma carta ao Ministério das Relações Exteriores com veladas ameaças de retaliação comercial contra as recentes medidas tomadas pelo Brasil que taxou 100 produtos importados, entre os quais diversos com o selo Made in USA”.

Como se sabe, tanto o Brasil quanto os EUA, diante da avalanche chinesa que domina o comércio internacional, adotam medidas econômicas para a proteção de seus respectivos parques industriais. Se o Brasil está se protegendo, o mesmo faz os EUA, logo não era o melhor momento para um encontro de Obama com Dilma.

A carta com as ameaças de retaliação talvez não passe de uma estratégia eleitoral do presidente Obama que em plena campanha para reeleição precisa fazer um afago na poderosa indústria norte-americana que – parte dela – investe milhões de dólares no próprio Obama.

Já sabendo que não haveria mais o encontro com Obama, a presidente Dilma foi muito clara quando disse que o Brasil não pode aceitar que suas medidas em defesa de sua economia sejam tratadas como “protecionistas”. Para Dilma, o que o Brasil adotou foi uma “iniciativa legítima de defesa comercial”, da mesma maneira que outros países. Nosso país aumentou o imposto de importação para 100 produtos dentro do limite estabelecido pela Organização Mundial do Comércio.

Entre as medidas protecionistas do governo Obama está um novo estímulo às empresas americanas e para isso mais dólares serão emitidos e aplicados na indústria aumentando a circulação da moeda no mercado interno e, conseqüentemente, na economia mundial. Mais dólares no mercado internacional resultam em desvalorização da moeda americana favorecendo suas exportações.

Como o dólar continua sendo a moeda referencial para os negócios no planeta, o Brasil é estimulado a importar cada vez mais pela baixa cotação da moeda americana. Daí decorrem as medidas tomadas pelo governo brasileiro sobretaxando alguns produtos importados.

O governo precisa manter o dólar entre R$ 2 e R$ 2,10. Membros do Ministério da Fazenda, entre eles o ministro Guido Mantega, vem repetindo que serão tomadas todas as medidas para que o dólar não caia demais. Quanto mais desvalorizado o dólar, mais caros ficam os produtos brasileiros de exportação.

Um exemplo que vale para toda exportação brasileira é o preço do calçado. Se um par de tênis fabricado em Estância Velha custa para o empresário brasileiro ter lucro em torno de 15 dólares (é só uma suposição) e o dólar está cotado em R$ 2,00, ele receberá R$ 30 reais. Se o dólar for desvalorizado para R$ 1,80, o fabricante nacional receberá apenas R$ 27,00, mas seus custos de fabricação continuarão os mesmos, logo, preciará aumentar o preço em dólar para não ter prejuízo. No entanto se reajustar o preço de seu produto perderá a competitividade internacional.

Dilma Rousseff não está de mal com o presidente Barack Obama, mas o momento não é oportuno para discutir economia em tempo de eleição nos EUA.

HADDAD PASSA SERRA

O candidato do PT, Fernando Haddad, ultrapassou José Serra (PSDB) na luta pela prefeitura de São Paulo. Serra paga o preço de ter frustrado o eleitorado da capital paulista quando se elegeu e prometeu não renunciar para disputar outra eleição. Ficou apenas um ano e três meses, mesmo tendo assinado um documento em cartório como garantia de sua palavra empenhada.

ACABOU

O eleitorado paulista não assimilou a mentira oficial de Serra e ele agora se vê cobrado pela promessa não cumprida. Se ele não chegar no segundo turno em São Paulo, é bem provável que a carreira política do ex-ministro de FHC e ex-senador esteja encerrada para sempre.

FORTUNATTI

Em Porto Alegre, José Fortunatti já nutre esperança em vencer no primeiro turno. Sua campanha está bem direcionada e ele não responde os ataques de seus adversários. O eleitorado parece que confia no atual prefeito. Sua pequena rejeição é um bom sinal para o resultado das urnas.

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