Pensar e dar importância, sim!

“Y a mi que me interesa?”. Essa é uma frase antiga, que os mais usados talvez lembrem. Era de um seriado que passava na televisão, com protagonistas infantis. Serve como referência para as afirmações que constantemente são feitas, em bom e claro português por muitas pessoas nas ruas, em pensamento, quando observam alguma realidade diferente e optam por não fazer absolutamente nada para mudá-la. Menosprezo a situações e a pessoas, com olhares de superioridade, narizes torcidos, entre uma série de outras características são aspectos reais que, se o leitor for um atento observador, poderá registrar na vida cotidiana da mais irmã das fronteiras.
E daí? Qual é o problema? Oras… Esse tipo de questionamento com arrogância e soberba faz parte do que o fronteiriço costuma chamar de “balaca”, mas é grave, pois o externo, visual, as caras e bocas, trejeitos e afirmações revelam o interior das pessoas. A grande maioria não se importa com absolutamente nada mesmo que não lhe diga respeito.
Afinal de contas, para que, eu, que sou eu, vou colocar aquele papel de bala na lixeira?! Oras, poupe-me…
Comentário já ouvido, não é, leitor?
A troco de quê, eu – e olha que sou eu, hein – vou fazer ou dizer tal coisa… Percebeu a semelhança real com o que é possível escutar a todo momento em Sant’Ana.
Pois o desdém, o desinteresse com arrogância e ares de superioridade, é outro dos pecados santanenses que, incrustado na realidade e na alma coletiva desta cidade, faz valer os mitos e maldições que apregoam como verdadeiras ou clássicas.
Mas, bom seria conseguirmos combater com denodo e galhardia essas atitudes e palavras, essa realidade anversa que faz com que as coisas aconteçam da forma mais difícil, sempre, nesta cidade. A mudança é necessária, aliás, essencial, porém, precisa ser implementada com a maior agilidade possível.
Mas… Convenhamos, a troco de quê se preocupar com isso, não é?
Pois bem. É preciso. Chega de pegados, certo? Especialmente na política.
Eis um pecado comum, sobretudo na realidade política vivenciada no país. Também há em Sant’Ana do Livramento em profusão. Enganar com promessas vãs de que tudo será transformado para melhor de um momento para outro, de que os problemas terão solução em um estalar de dedos, a situação negativa se reverterá por si só. Engabelar ou engambelar, como forma de protelar, desconversar, prometer e não cumprir, práticas comuns que traduzem este pecado santanense. Enganar com falsas promessas, jeitosamente, com uma malandragem que já teve seu charme romântico, porém, ficou nos anos 30 e 40, em um mundo que não girava à velocidade que se registra hoje.
O engodo como pecado está traduzido em palavras e atividades que, por vezes, não servem para absolutamente. É o caso de reuniões e eventos que não são conclusivos, não transformam a realidade, não acarretam qualquer consequência positiva; não passando apenas de teatro ilusório, com paramentos e equipamentos. Se não faz, pelo menos, diz que faz. Se não age, pelo menos, diz que age. Enrola, tornando públicas informações pela metade, usadas com habilidade em proveito próprio.
No setor político partidário, há essas variantes, mas não são exclusividade. Provas concretas? Quantas vezes em Sant’Ana do Livramento, ao longo dos últimos 20, 30 ou 40 anos, ocorreram projetos, programas, eventos que não saíram do papel. Promessas que não passam disso mesmo, promessas.
São recordações mínimas entre as muitas que fazem parte da memória da Fronteira. Engodos. Para Livramento sobrepujar suas dificuldades, os praticantes de engodos devem ser identificados e isolados.

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.