União na prática

Trabalhar, integrar, cooperar, colaborar, fazer acontecer, conjuntamente. Assim seria o ideal, com o óbvio respeito a soberania de cada Nação, às características identificadoras de cada país. Por mais que, de fato, no âmbito popular e em algumas instâncias populares, a integração Rivera-Livramento – e, por óbvio, Brasil-Uruguai – ocorra, ainda existem muitos segmentos que precisam evoluir, e muito. Um deles, por mais incrível que possa parecer, é simplesmente o turismo. O mais difícil, o cliente, está chegando todos os dias, atraído pelos free shops.

Não é tarde para estabelecer uma união de forças com vistas a trabalhar melhor – o que já vem ocorrendo em muitos nichos, segmentos e setores de Sant’Ana do Livramento e sua gêmea – a possibilidade de ganhar dinheiro a partir dessa verdadeira indústria sem chaminés. 2012 só tem três meses mais a contar e, até o presente momento, mesmo com uma nova mentalidade se instaurando, a qual dá conta de que o vizinho não é nenhum concorrente, mas sim um parceiro para enfrentar a concorrência de outros mercados. Fica evidente que a integração nas ações de atrativos, bem como investimentos, precisa ser mais trabalhada, tornar-se objetiva, concreta, focada.

É muito bonito falar de integração, vê-la povoar os discursos. Mas é impossível deixar de perceber o conceito: “eles fazem o deles, nós fazemos o nosso”. Chega a ser contraproducente quando há necessidade de geração de possibilidades, oportunidades de negócios, aproveitamento de mão de obra, incremento de renda, qualificação profissional. Essa necessidade constatada vale para as instâncias públicas e para os setores privados das duas cidades.

Importante reconhecer que em municípios brasileiros e uruguaios que “vivem” do turismo, as próprias entidades representativas, instâncias públicas, gradativa e muito lentamente (o que é natural, em função dos perfis individuais de cada corporação), começaram a gravar seus nomes no processo de transformação, mudando por um princípio de convergência naquilo em que mais se parecem ou, ainda, nos objetivos dos quais partilham. Mas, de fato, começaram – e avançam significativamente. Livramento é hoje uma prova concreta disso.

Se entidades e empresas se unem com a finalidade de cooperar, associando-se muitas vezes em compras e aquisições de insumos importantes para o desenvolvimento de sua atividade, é perfeitamente viável supor que a unidade como exercício diários se traduz, no curto prazo, em uma forte possibilidade de transformação, a partir das ideias e padrões que passam a surgir para determinar toda a rotina de trabalho de uma empresa de sucesso. Imagine, por exemplo, para a construção do parque Internacional, ou praça – como preferem os uruguaios. Se não fosse a integração, continuaria ali o areial.

O conceito de cooperação é mais complexo que o de interação e de colaboração, pois além de pressupor ambos, requer relações de respeito mútuo e não hierárquicas entre os envolvidos, uma postura de tolerância e convivência com as diferenças e um processo de negociação constante. Percebe-se que a diferença fundamental entre os conceitos de colaboração e cooperação reside no fato de que para haver colaboração o indivíduo deve interagir com o outro existindo ajuda – mútua ou unilateral. Para existir cooperação deve haver interação, colaboração, mas também objetivos comuns, atividades e ações conjuntas e coordenadas, a fim de dar às pessoas oportunidade de trabalho e ganho prestando serviços, vendendo criatividade, transformando possibilidades. Para alguns, uma pedra é simplesmente uma pedra. Para outros pode ser um fóssil, para tantos, um obstáculo; mas haverá aqueles que a tornarão preciosa, atraindo pessoas para vê-la, as quais pagarão por isso.

 

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