CPI DO CACHOEIRA VAI MAL

Que ninguém se iluda, mas, pelo jeito, a CPI que investiga as safadezas de Carlinhos Cachoeira vai mesmo para o vinagre. Neste momento, por exemplo, a CPI está desativada por causa da eleição municipal e a investigação contra a Empreiteira Delta não sai do mesmo lugar, isto é, de lugar algum.

Tudo indica que bancadas governistas, sejam elas de qualquer tendência, detestam investigar as empreiteiras do Brasil que são as grandes canalizadoras de boa parte dos orçamentos (federal, estaduais e municipais). E assim como arrecadam também sabem ser generosas em tempo de eleição. Logo, quando distribuem dinheiro para deputados e senadores compram também uma imunidade inquebrantável.

A tentativa de não investigar a Delta e seus negócios com Carlinhos Cachoeira é terceira nos últimos 20 anos, conforme levantamento do jornalista João Bosco Rabello, do jornal O Estado de S. Paulo Ele lembra outras duas CPIs que não saíram do papel exatamente por que se tentava buscar as ligações de grandes empreiteiras com políticos.

“A primeira tentativa – lembra Rabello – ocorreu em 1993, na esteira da CPI do Orçamento, por iniciativa da deputada Márcia Cibilis Viana (PDT-RJ). A partir de um caderno de anotações de um diretor da construtora Norberto Odebrecht, apreendido pela Polícia Federal, com os nomes de mais de cem políticos ligados à empresa, integrantes da comissão propuseram abrir nova linha de investigação com foco na atuação dos corruptores. Um dos nomes que figuravam no caderno do diretor da Odebrecht era o do próprio relator da CPI, deputado Roberto Magalhães”

A comissão chegou a ser criada e ter os integrantes indicados pelos líderes, mas jamais foi instalada. Com o tempo, o foco sobre os empresários diluiu-se ante o início das cassações de deputados resultante da CPI do Orçamento e, na sequência, da campanha eleitoral de 1994.

Uma segunda tentativa de investigar as empreiteiras ocorreria dois anos depois, em 1995, por iniciativa do senador Pedro Simon (PMDB-RS), também em decorrência da CPI do Orçamento. O peemedebista queria investigar quais eram as empresas que haviam alimentado os esquemas de PC Farias e dos “anões do orçamento”. No entanto, após a sua criação, o colegiado nunca chegou a ser instalado. Foi esvaziado pelos líderes partidários, que nunca indicaram os seus integrantes.

E, agora, a CPI do Cachoeira vai no mesmo rumo. Tão logo termine o primeiro turno da eleição municipal poderão até ser apresentados novos requerimentos para buscar as ligações da Delta, suas empresas fantasmas e a distribuição de dinheiro para políticos brasileiros. No entanto, vai faltar tempo para tantas investigações e em novembro próximo, no dia 4, a CPI acaba sem chances de ser prorrogada. A maioria parlamentar da CPI já acordou esse prazo que é para não ter nenhuma possibilidade de se investigar a Delta. O acordo foi assinado pelo PT, PMDB, PR e pelo PSDB. E viva a engrenagem intocável das empreiteiras com os nossos políticos.

O VOTO NULO (1)

Diversos leitores da coluna mandam perguntar se é possível anular o voto na urna eletrônica, já que não existe uma tecla específica para quem deseja protestar através do voto nulo, mesmo podendo votar em branco.

O VOTO NULO (2)

Como não existe, realmente, uma tecla “anule”, basta ao eleitor digitar números inexistentes na relação dos candidatos. Por exemplo: para prefeito – dois dígitos – e para vereador – cinco dígitos. Quem for anular o voto pode digitar 99 para prefeito e 99.999 para vereador, nos dois casos, depois dos números clicar na tecla verde. Os votos estarão anulados.

O VOTO NULO (3)

Anular o voto não é a melhor solução para o processo democrático. Sempre é possível de se encontrar um bom candidato pelo currículo profissional e/ou pela atuação de quem vai para uma reeleição.

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