Verticalização
Quem percorre a Fronteira no dia a dia das ruas centrais, se não fica permanentemente, um dia, no mínimo já ficou irritado – com o trânsito. Ruas lotadas, outras interrompidas, com buracos dos mais diversos tamanhos atrapalhando e gerando possibilidades de prejuízos, imenso fluxo de pessoas circulando, número ainda maior de veículos, comprovando que os limites físicos da estrutura urbana viária foram superados e deixando a constatação de que quase nada é possível fazer.
Ontem, no programa Conversa de Fim de Tarde, um dos temas foi o transporte coletivo e, rapidamente, os estacionamentos e a deficiência de locais para tanto. Não foi tocado, entretanto, um tema, será que chegou a hora de começar a pensar na verticalização (prédios-estacionamentos, semelhantes aos norte-americanos)?
Não será surpresa se, a exemplo de São Paulo, em um futuro não muito distante, Livramento venha a registrar rodízio de veículos!
Pode parecer absurdo afirmar isso, mas basta uma análise, mesmo que superficial, da realidade. Comparativamente, basta estabelecer o número de veículos circulando (brasileiros, uruguaios, de turismo; sendo carros de passeio, vans, micro-ônibus, ônibus, motocicletas, motor-homes, etc…) ao espaço físico disponível, seja para estacionamento, seja para circulação. Em 100 metros quantos veículos cabem?
Depende, responderá o leitor. Obviamente, depende do tamanho, bem como uma série de variáveis (como por exemplo, velocidade do deslocamento, espaço lateral, força de frenagem e aceleração, condições de pneus, potência do motor, tipo de veículo e sua carga; se veículos mais rápidos, se mais lentos, enfim…) A lógica indica que o número será proporcional às condições de trafegabilidade, também.
Existem, nesse ponto, algumas incógnitas, pois não é possível prever quantos veículos cujos motoristas desejarão utilizar a mesma via, na condição de tempo próximo, estarão exercendo essa ação.
Cálculos podem ser realizados e oferecer resultados muito próximos da exatidão. Mas, em deixando essas operações de lado, visivelmente – e aí a avaliação superficial – está claro que a estrutura urbana de locais não acomoda mais tantos veículos, da mesma forma que, reservadas as proporções, dado o volume de gente, permanecem muitos locais permanentemente como referenciais em formação de filas.
O que fazer?
Bem. Essa é a pergunta. A cidadania precisa debater seriamente esse tema e formatar conclusões hoje para não gerar mais estouros no futuro.