Maria Schenkel Ibarra, um exemplo de vida

“Que eu não tenha nunca por objetivo o reconhecimento ou gratidão.”

Oração do Mestre.
Maria S. Ibarra.

Pretérito. Tempo verbal que não se gostaria de empregar quando recordamos àqueles que amamos e já partiram, ainda que a lembrança seja de alegria. Mas a saudade que experimentamos hoje, pela Dona Maria, será sempre presente, e não passado. Lucien Jerphagnon , historiador e filósofo francês, em seu ensaio La Belle Espérance, discorre sobre o tema morte. Ele afirma que para abrandar o medo e a não certeza de uma existência póstuma, o homem inventou os mitos. Talvez o autor de “Au bonheur des sages”, tenha razão.

Dona Maria, como carinhosamente a chamávamos, exemplo de retidão e coerência, transforma-se em ícone ou mito, para todas as gerações que dela receberam seus sábios e éticos ensinamentos. Permanecendo estes, de forma indelével, como uma verdadeira lição de vida. Tendo se dedicado ao magistério durante longos anos possuía a competência nas disciplinas que lecionava como matemática, português, francês, literatura, psicologia educacional entre outras.

Costumava ela dialogar com os alunos defendendo seus posicionamentos, sem autoritarismo. Possuía uma imensa capacidade de compreensão do mundo e dos outros acompanhando atentamente as mudanças sociais que ocorriam à sua volta. Viveu seu tempo com dignidade e altruísmo. Uma humanista, mestre por excelência. Ocupava a cadeira nº1 da Academia Santanense de Letras. Autora de vários artigos nos jornais locais, participou das coletâneas “O livro dos Patronos”, e “S. do Livramento Corpo e Alma”, ambos publicados pela Academia Santanense de Letras. Em 1987, recebeu o título de Cidadã Santanense Honorária, concedido pela Câmara Municipal de Vereadores. Em 1992, Título e Medalha de Educador Emérito, honraria concedida pelo Governador do Estado através do Decreto no. 34508, pelo reconhecimento dos grandes serviços prestados à educação. Anteriormente, em 1959, um Ato de Louvor da Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Rio Grande do Sul lhe é outorgado pela eficiência, dedicação e desprendimento no exercício de suas atividades profissionais.

De sua múltipla produção literária sobre os mais variados temas, atividades assistenciais e culturais de nossa cidade, vale lembrar o que ela diz na sua Oração do Mestre: “Que eu mantenha o meu otimismo e a minha confiança durante a Vida e apesar da Vida, certa de que esta é renovação constante.” Com certeza ela soube transmitir amor na prática do bem. Ensinou a esperança e alegria para as gerações vindouras. Só nos resta agradecer pela sua existência e pelo privilégio que tivemos de com ela conviver.

Por Maria Regina Prado Alves

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