Marcas no tempo

Conta a história gaúcha que pelos idos de 1901, no então Campo da Redenção – hoje Parque Farroupilha, foram instalados pavilhões fechados. Em 24 de fevereiro daquele ano, em pavilhões fechados no Campo da Redenção (atual área do Parque Farroupilha) e do campus central da Ufrgs, em Porto Alegre, a 1ª Exposição de Produtos do Estado. Eram bovinos, equinos, suínos, produtos agrícolas, artigos industriais e artesanato. Contabilizou 2.200 expositores e público de 67 mil pessoas, números expressivos para a época.

Nascia a Exposição Estadual, embrião do que 71 anos depois seria a Expointer. Trocou de local, foi para o Prado Riograndense em 1909 como Exposição Agropecuária de Porto Alegre. Foi a primeira a usar o termo pecuária na sua denominação. Mais tarde, nesta área, foi erigido o Parque de Exposições Menino Deus, onde ocorreriam feiras organizadas pelo Estado até 1969.

Embriões daquela que hoje é a maior exposição feira agropecuária da América Latina, inclusive como feira de diversidade e cultural.

Passa o tempo.

A diretoria da RCC FM, nas pessoas dos empresários Antonio Badra, Kamal Badra, e Janete Badra, ouvindo a ideia do radialista Fernando Moura, criavam o programa Conversa de Fim de Tarde, na emissora 95.3 MHz. A ideia inicial era um bate-papo descomprometido entre amigos, com um convidado semanal. Corria o ano de 2005. Passadas as festas natalinas daquele ano, eram iniciados os estudos e prospecções para dar formato à nova atração. Até que em fevereiro de 2006 é realizado um piloto e definida para os meses seguintes a estreia do novo programa.

E a conversa tomou vulto. Protagonizou bate-papo entre autoridades estaduais, federais, internacionais, contando com as presenças de protagonistas brasileiros, de Espanha, de Portugal, da França, entre outros países, ao longo de suas edições. Muitos podem não lembrar, mas durante as visitas dos mais diversos personagens da notícia a Livramento, pelo menos 10 minutos são no Conversa.

Em 2007, saiu do estúdio, percorrendo vários locais de Livramento, instalando-se, inclusive na Expofeira de primavera de Livramento e, pelo menos duas oportunidades, transmitido na íntegra ou com participações ao vivo dos componentes da bancada fixa. Em 2012, foi a Dom Pedrito, transpondo os limites do município santanense.

E, ainda em 2012, foi à Região Metropolitana, baseando-se em Esteio para – inclusive com meia hora a mais, excepcionalmente – participar da história da Expointer, nesta edição 35 que encerra hoje.

Marca no tempo.

Não que seja o objetivo traçar um paralelo entre um e outro, mas assim como a base econômica gaúcha está centrada na produção primária, também é possível entender a importância dessa discussão em um programa de rádio cuja dimensão impressiona pelo alcance – seja no dial seja nas várias formas eletrônicas (tablets, iphones, celulares, etc…) e via rede mundial de computadores.

Marca no tempo.

E o curioso é que tanto o programa da RCC FM insiste nesse debate, na discussão dos assuntos que são de real interesse da coletividade que, pela primeira vez ao que se possa registrar nos últimos 29 anos, governos de esquerda (Dilma e Tarso) são elogiados pela quase unanimidade dos produtores rurais (tidos, historicamente como de direita) em função das políticas públicas, especialmente, econômica.

Marca no tempo.

Esses entendimentos foram claramente captados nos microfones da RCC FM, em Esteio, no primeiro Conversa de Fim de Tarde do parque Assis Brasil, ao vivo, tornando o dia 31 de agosto de 2012 também uma marca no tempo.

Marcas no tempo que podem, serenamente, ser traduzidas em marcas na história, especialmente para aqueles que em algum momento anunciaram o fim do rádio com a chegada da TV, depois com a chegada da internet.

Afinal, o tempo passa, a marca fica.

 

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