“O presidente que deixa o poder passa a ser, automaticamente, um chato”. Nelson Rodrigues, jornalista e dramaturgo

DILMA ENFRENTA GREVISTAS 

Quem poderia imaginar que a presidente Dilma Rousseff iria enfrentar um movimento grevista que paralisa boa parte do funcionalismo federal? Na última quarta-feira, Dilma

exigiu punição exemplar dos grevistas que tenham ultrapassado os limites da legalidade. Irritada com o que considera abusos, especialmente na Polícia Federal e mais ainda na Polícia Rodoviária Federal, Dilma cobrou do ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, a identificação dos policiais que cometeram abuso de poder ou outras irregularidades. 

Quem está conduzindo as negociações com os grevistas é a ministra Mirian Belchior que já deu a entender que não poderá atender os pedidos de reajuste pretendidos pelas entidades dos servidores. O governo oferece 15,8%, divididos em três parcelas e pode negociar outros itens, como ajustes nos planos de carreira. 

Dilma, no entanto, não quer continuar a conversa com os servidores em greve. A pressão veio por meio da decisão de cortar o ponto e descontar os dias parados de 11,5 mil servidores em greve. Em alguns casos, funcionários tiveram o pagamento zerado este mês, o que causou revolta nos sindicatos. 

Os grevistas aprenderam a paralisar o serviço público tendo como mestres os militantes petistas que sempre dominaram os sindicatos de servidores, todos filiados à CUT. Hoje, o PT está no governo e ao contrário do que se imaginava está com um tratamento mais severo do existente nos tempos do governo de FHC. 

O governo resolveu pagar para ver com os grevistas e a determinação de descontar os dias parados já provocou reações. A primeira reação veio da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) que recorreu ao STF com um “pedido de liminar com urgência, para tentar conter esse abuso de poder”, explicou o diretor Sérgio Ronaldo da Silva. A seu favor ele cita nota técnica do Ministério do Planejamento dizendo que o desconto devia ser de apenas sete dias “para não prejudicar a questão da alimentação e do pagamento das contas”. 

A presidente Dilma Rousseff está muito irritada com os grevistas. Nesta quarta-feira, ao mesmo tempo em que era cumprimentada pela confortável posição de ser a terceira mulher mais poderosa do mundo, segundo a revista Forbes, ela era obrigada a deixar o Palácio do Planalto pelas portas dos fundos para evitar os protestos dos sem-terra e dos grevistas. 

No entanto, a presidente Dilma Roussef já decidiu que vai um bom reajuste para as Forças Armadas e tudo indica a proposta será apresentada até o final da próxima semana quando se encerra o prazo para o encaminhamento do Orçamento da União de 2013. 

PROTESTOS 

Servidores em greve e militantes do MST tumultuaram o trânsito em Brasília. Eles tentaram chegar na marra no saguão do Palácio do Planalto mas foram contidos pela PM, depois de algumas escaramuças. 

PARA LEMBRAR 

A Controladoria-Geral da União fez um levantamento das obras previstas para os sete portos em cidades que vão receber os jogos da Copa (Porto Alegre, inclusive) e ainda não saíram do papel. As obras estão orçadas em R$ 900 milhões. 

TESES DO MENSALÃO (1) 

Os advogados de defesa que atuam no julgamento do Mensalão não negam a existência de caixa dois, mas para eles trata-se, sim, de um crime, mas já prescrito. A pergunta que todos os brasileiros decentes fazem é: crime prescrito deixa de ser um crime? 

TESES DO MENSALÃO (2) 

O que vale para o crime eleitoral vale para qualquer crime que tenha sua prescrição estabelecida em lei. Um homicídio prescreve em 20 anos. Se as autoridades não conseguiram desvendar um crime de morte em 20 anos, não poderão prender mais ninguém. 

TESES DO MENSALÃO (3) 

Um assassino que não foi preso por um crime de assassinato deixa de ser um assassino, depois de 20 anos? É aí que passa a ser verdade a tese que diz a bandidagem; “O crime compensa no Brasil. A gente só precisa esperar 20 anos e torcer para não pego”.

 

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