Pela Independência!

Solenidade de recebimento do fogo simbólico, metade desta semana, meio da tarde. Presença de público muito aquém do que seria possível. Um esforço entre escolas e Secretaria da Educação possibilitou a solenidade. No primeiro dia de setembro próximo, daqui a uma semana, ocorrerá a abertura oficial da Semana da Pátria, com a solenidade pertinente, os praxes correspondentes e, espera-se, mais conscientização e entendimento de que é a cidadania a expressão máxima do civismo, Brasil não se confunde com governo; política partidária nada tem a ver com patriotismo e, sobretudo, corrupção, ladroagem ou qualquer outro elemento ilícito sequer pode ser inferido quando o assunto é brasilidade.

Sem falar na linguagem. Falada e escrita. Usar palavras coloquiais – como aquelas que constam da letra do Hino Brasileiro, é uma heresia. Ninguém compreende, ninguém sabe o que é. Escrevê-las, então, Deus o livre!

Falar corretamente o Português virou falar rebuscadamente; escrever corretamente em Língua Portuguesa é para ninguém entender. E, pior, as pessoas reclamam do que está correto por desconhecerem. Uma palavra que não seja comum, mesmo que sinônimo e pronto!

É com essa inspiração que se permite concluir que são os elementos que desgastam a Nação os mesmos que fazem gerar o desinteresse. Há tempos, a celebração pátria não envolve significativa parcela dos cidadãos, pois as pessoas não dão nenhuma importância para os valores pátrios, princípios, bandeira, hino.

O assunto é repetitivo, vem, inclusive, a cada agosto-setembro, ano a ano, sendo ponderado, tratado, mas nada muda no sentido de concretizar o resgate.

Há algumas décadas, Pátria era presente, bem como antes e, de forma acentuada, durante o período excepcional vivido no Brasil com os militares. Porém, deixe-se de lado o fato de estes últimos cultivarem o sentimento pátrio.

Que seja anterior o foco até para não confundir, a fim de que não se misture uma coisa com outra. Entretanto, até o fim dos anos 80, as pessoas ainda gostavam de serem identificadas como brasileiras. Semana da Pátria tinha importância, inclusive, para as pessoas.

Valores e comprometimentos simbólicos de brasilidade eram propagados. Hoje, em vez de verde-amarelo-azul e branco, usam o preto. Em vez de cantar o Hino Nacional Brasileiro, com galhardia, querem tchu, ou querem tchá. Hoje, em vez de transmitir às crianças – geração em formação – valores, desvia-se o tema atribuindo à modernidade contemporânea tudo o que outrora saía da normalidade.

No Brasil, não! O entendimento de Pátria está misturado à nocividade, os valores e a simbologia estão caminhando para o ostracismo, no sentido grego da palavra.

Não bastasse o desinteresse e o descrédito, mesmo no segmento educacional, poucos são os esforços no sentido de transmitir – vejam bem, transmitir, pois cabe ao estudante aceitar e até mesmo questionar o conhecimento que recebe – o conteúdo pátrio. Chega-se ao absurdo de poucos conhecerem o Hino da Independência – normalmente os de idade mais avançada. Colhe-se a aberração de obter como resposta um não sei crasso ao se questionar o significado da guarda do – pasmem – outrora conhecido como Fogo Simbólico ou Chama Pátria, hoje qualificado como foguinho da pira. Alunos, incrivelmente, sequer abrem a boca para simular que estão cantando o hino, como faziam aqueles que mesmo estimulados à exaustão, no passado, não conseguiam decorar toda a letra da primeira canção do País.

Quando é feita a crítica, todos, da boca para foram, concordam, apóiam, dizem que é realmente preciso resgatar; mas, na hora de fazê-lo, é que surgem as interrogações. Permanecem e, após ampla discussão entre o hastear e o arriar do Pavilhão nacional, o tema é legado a permanecer deitado em berço nada esplêndido.

Enfim, nesses aspectos, tudo o que os brasileiros conseguiram conquistar com braços fortes, por não fugirem à luta percebem que este futuro não espelha a grandeza esperada, calando o brado não mais retumbante.

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