ENSINO VERGONHOSO

A etiologia é um segmento da Medicina que busca as causas das doenças. Por exemplo (e de acordo com o psiquiatra José Otávio Fagundes): “Algumas deficiências mentais podem ser devido a rubéola no período de gravidez. Mas se pensarmos que em muitos casos a mãe contraiu rubéola e não teve atendimento médico pré-natal para interromper a gravidez, então a deficiência intelectual da criança não se deve unicamente à causa biológica – ela se deve também a um fator social que é o não atendimento médico e à inexistência de uma planificação de saúde naquela comunidade”.

E se a “etiologia” do atual ensino nas escolas gaúchas não for somente “a estrutura curricular muito extensa” como desculpam as autoridades do ensino buscando justificativa para o lamentável desempenho escolar do Rio Grande do Sul, conforme o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)?

Nosso Estado que já esteve no topo de todos os índices educacionais – e não faz muito tempo – hoje se equipara aos piores estados brasileiros. Mas vamos lá, vamos buscar na etiologia as causas desses resultados medíocres para o RS para a culpa não ficar apenas na quantidade de matérias curriculares.

A qualidade do ensino começou a cair quando o desrespeito à liturgia de uma sala de aula substituiu a insubstituível hierarquia professor-aluno. Métodos pedagógicos “mudernos” permitiram que alunos chamassem seus mestres de “tias, tios e prófis” criando uma inaceitável e falsa intimidade familiar. “Tio” sempre é bonzinho com seus sobrinhos e até deseducam o que os pais ensinam na formação de seus filhos.

Sobrinhos quando mal acostumados pelos tios chegam até a lhes bater no rosto com aquela audácia permissiva e licenciada pelos próprios tios. Nas escolas não foi diferente.
Ao mesmo tempo em que mestres eram tratados como “tios ou tias”, permitiu-se que as escolas se adaptassem a uma falsa ideologia politicamente correta.

E o que é isso? Falsa ideologia politicamente correta é aquela “doutrina” que proíbe o professor de advertir um aluno com severidade. Lembram do caso da professora que mandou um aluno repintar uma parede da escola que fora recuperada pela comunidade? A medida, educativa e exemplar, foi parar no Ministério Público. Para corroborar a ação da professora? Não! Para transformar o aluno numa vítima do “autoritarismo” da mestra.

Hoje, com a nova pedagogia de nossas escolas públicas, professor leva golpe de caratê de alunos inconformados com uma advertência ou uma nota má. Pais chamados para uma conversa com a direção da escola já vão com advogados para processar quem ousou tentar educar seu filho.

Aí estão algumas das causas do mau desempenho das escolas públicas gaúchas. A má colheita da avaliação tem muito pouco a ver com matérias curriculares, mas sim com as extracurriculares – tio, tia, prófi, ideologização das aulas com mestres engajados partidariamente, sexo entre alunos nos banheiros sem qualquer advertência ou mesmo expulsão da escola.

Terá sido casualidade o bom desempenho das escolas administradas pelo regimento disciplinar das Forças Armadas? Dois excelentes colégios: o Colégio Militar (Exército) e a Escola Tiradentes (Brigada Militar). Os currículos são os mesmos, mas nenhum aluno de ambas as escolas dirige-se ao professor com aquela intimidade nociva e falsa de tio prá cá e tia prá lá.

Aluno que não respeita seu professor também não respeita currículo escolar. Essa simbiose de desrespeitos, aliada a professores que não se impõem diante de seus alunos, só podia mesmo resultar na falência do ensino público médio. Recuperar esse vazio educacional vai levar muito tempo.

HORÁRIO ELEITORAL

Está no ar, desde esta terça-feira, o horário eleitoral gratuito. Serão blocos de 30 minutos nas emissoras de rádio e de televisão, sempre nos chamados horários nobres. Para a maioria dos eleitores brasileiros um momento para escolher o seu candidato ou tomar um café com amigos com o rádio e a tevê desligados.

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.