“Eu votei no Serra.”

O PODER DA FIFA 

Ninguém mais duvida: a FIFA tem mais poder político que a ONU e o presidente da entidade mundial do futebol, Joseph Blatter, pode ser considerado o homem mais importante do planeta quando assunto é algum evento esportivo. Para se ter uma idéia da influência da FIFA, ela tem mais países associados que a ONU. 

No ranking comparativo entre ONU e FIFA, esta tem 207 países e/ou territórios livres enquanto a ONU tem 192 estados-membros. No seu evento máximo, a Copa do Mundo, a FIFA torna-se uma espécie de governo paralelo na país ungido “com a honra” de sediar o encontro das seleções de 32 países, incluindo-se aí, o país anfitrião. 

É claro que quando a Copa do Mundo tem sua sede em países como Alemanha, França, Inglaterra, Estados Unidos, Suécia, Espanha, Itália e Japão (com a Coréia do Sul), a FIFA conhece os seus limites de entidade esportiva, mas, mesmo assim, ainda tenta dar suas ordens e fazer suas exigências no espaço que lhe é destinado. 

Só que a FIFA gosta mesmo é de fazer Copas do Mundo em países como África do Sul e Brasil. É aí que senhor Joseph Blatter e suas parceiras nacionais assumem, na prática, os governos de cidades e estados escolhidos como sedes dos jogos. 

Agora mesmo, no Rio de Janeiro, a FIFA determinou o fechamento do Aeroporto Santos Dumont, por quatro horas: duas antes e duas depois, a partir do início da “solenidade” do sorteio das eliminatórias da Copa 2014, na Marina da Glória. O governo brasileiro aceitou sem piscar a exigência, através do Ministério dos Esportes. 

Do meio-dia às quatro da tarde o aeroporto carioca estará fechado para pousos e decolagens como se, de repente, baixasse na região um nevoeiro cerrado impedindo operações aéreas. Blatter manda e nós obedecemos. 

A presidente Dilma Rousseff confirmou presença no evento e já há dúvidas quanto ao seu deslocamento. Ela chegará duas horas antes e sairá somente duas horas depois? Óbvio está que não, mas é bem provável que Dilma chegue no Galeão e de lá vá de carro até a Marina da Glória. A não ser que se abra uma exceção para o helicóptero presidencial pousar no Santos Dumont.

Blatter e seu parceiro Ricardo Teixeira já mandam nas cidades que terão jogos. A FIFA quer avenidas, transporte de massa e segurança especialmente treinada para evitar qualquer confusão que pode ser um assalto ou um atentado terrorista. Quem não obedecer o organograma de obras da FIFA perde o direito de sediar jogos e se o país não estiver sintonizado com as determinações perde a Copa. 

O jornalista Carlos Chagas foi bem objetivo numa ironia sobre o poder da FIFA no Brasil: “Blatter para presidente em 2014. Chega de intermediários”. Para que possamos cumprir os ditames da entidade lá vamos gastar bilhões e bilhões de reais. Vai nos restar o direito de uma comparação: quando um segurado do SUS morrer na fila de um hospital por falta de leito e de atendimento médico, vame rogar uma praga para Blatter. 

DONA DOS EVENTOS 

Alguém tem dúvida sobre quem vai controlar os eventos paralelos que envolvem a Copa 2014? Podem apostar na Geo Eventos, uma empresa que já avisou que tem interesse nesse negócio de shows e festerês a partir do sorteio dos jogos eliminatórios. A Geo Eventos terá o controle acionário da Rede Globo e da RBS. 

BOLA CHEIA 

José Serra deu uma entrevista ao jornal espanhol El País (um dos mais influentes órgãos da imprensa escrita européia) e foi tratado com chefe da oposição brasileira. Serra aproveitou para dizer que “a corrupção no Brasil nunca foi tão séria como agora”. 

PREVISÃO 

Para Serra, o ex-presidente Lula é candidatíssimo em 2014. Os espanhóis entenderam que Dilma Rousseff terá o direito de presidir o Brasil por apenas quatro anos.

 

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