BARBOSINHA BRILHOU NO STF

Luiz Francisco Barbosa, o Barbosinha para quem o conhece e sabe de sua personalidade simpática e afável, brilhou na tarde desta segunda-feira ao defender o seu cliente, Roberto Jefferson, no julgamento do mensalão.

Ninguém presente na sala de sessões do STF tirou os olhos daquele experiente advogado gaúcho (ex-delegado de polícia, juiz de direito aposentado, ex-prefeito de Sapucaia do Sul) que se transformou na notícia política do dia em todos os veículos on line e é manchete nesta terça-feira na imprensa brasileira.

“Eu digo: o presidente Lula não só sabia, como ordenou o encadeamento de tudo isso que essa ação penal escrutina”, afirmou. “Deixaram o patrão fora. Deixaram não, o procurador-geral da República [Roberto Gurgel] deixou”, disse Barbosa.

A defesa de Roberto Jefferson estava fundamentada nesta frase, pois para Luiz Francisco Barbosa, o seu cliente não sabia a origem dos recursos repassados pelo PT e, portanto, não pode ser acusado de ter praticado lavagem de dinheiro.

Barbosa não nega o que PTB recebeu recursos do PT, mas o dinheiro não era para comprar o voto de parlamentares da sigla, uma vez que o partido presidido por Jefferson fazia parte da base do governo, ou seja, votava sempre a favor. Segundo o advogado, acordo entre as siglas envolvia R$ 20 milhões para salvar dívidas da campanha de 2004. Ele disse ainda que o PT pagou R$ 4 milhões a Jefferson.

Foi Roberto Jefferson quem alertou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na frente das testemunhas Walfrido dos Mares Guia, Arlindo Chinaglia e José Múcio, sobre o mensalão e que isso iria prejudicá-lo. “O olho [de Lula] chegou a lacrimejar – disse Barbosa – diante dessa informação e ele prometeu tomar providências. O líder do PTB estava denunciando um crime. Passou um tempo e nada.”
Após citar o envolvimento de Lula, o advogado de Jefferson criticou o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por não tê-lo incluído entre os réus. Segundo Barbosa, em 19 de abril de 2011 foi solicitado para que Lula fosse incluído na ação penal e até agora, o procurador-geral da República não respondeu.
“[Se houver absolvições], digam ao povo que isso foi coisa do procurador-geral da República que não fez o seu trabalho, aliás, se recusa a fazer o seu trabalho”, criticou o defensor.
Luiz Francisco Barbosa defendeu o seu cliente e expôs a sua tese que pode alterar o resultado do julgamento diante da insistência do advogado em dizer que não há como haver condenação porque o mandante do crime, que seria o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está fora da ação.

Podem anotar: a grande estrela entre os advogados de defesa dos 36 réus do mensalão não é mais o advogado Marcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça. O título será de Luiz Francisco Barbosa que com a força de sua argumentação quer ver Lula ao lado dos acusados por ser, no seu entendimento, “o mandante” de toda a operação.

Roberto Gurgel, para Barbosinha,não pode afirmar “que o presidente da República fosse um pateta, um deficiente, que sob suas barbas estivesse acontecendo tenebrosas transações e ele não soubesse nada”

O julgamento do mensalão que chegou a provocar sono em alguns ministros do STF teve um dia de olhos abertos e ouvidos atentos, graças ao espetáculo jurídico proporcionado pelo advogado Luiz Francisco Barbosa.

FALÊNCIA DA SAÚDE PÚBLICA (1)

Três crianças morreram nos últimos dias no RS por falta de atendimento médico na área que deveriam receber esse serviço. Bebês prematuros faleceram num hospital de Bagé por que em Canguçu, onde nasceram, a UTI neonatal está fechada desde fevereiro.

FALÊNCIA DA SAÚDE PÚBLICA (2)

Com dois meses de vida, outro bêbe, com coqueluche e pneumonia, morreu em Ijuí, depois de viajar 500 quilômetros desde Pelotas. E mesmo assim, a criança só teve atendimento por força de uma decisão judicial.

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