Tem jeito, sim

Que o brasileiro, e portanto também o santanense, é imediatista e quer soluções rápidas para tudo, é uma constatação inquestionável, provada já pelos próprios exemplos históricos. Por isso não se pode estranhar as cobranças feitas pelos cidadãos, especialmente no período eleitoral. Todos querem e exigem souções mágicas para os mais variados problemas do cotidiano, tudo como forma de melhorar a qualidade de vida em um contexto mais amplo e, assim, alcançar o tão sonhado e decantado desenvolvimento. Infelizmente, apesar de tratar-se de uma constatação natural, Sant’Ana do Livramento está inserida no contexto mundial e tem que aceitar o fato de que seu crescimento não será fácil nem instantâneo. Está ocorrendo, mas é necessária a troca de mentalidade. Portanto, é preciso que a sociedade se movimente o melhor possível dentro dessa realidade mundial. Afora os serviços públicos, a área da economia é a mais sensível nesse aspecto, em que o mercado é o principal regrador do caminho a ser seguido. Há os que buscam a proteção da sobrevivência garantida pelo salário público. Há, também, os que se garantem no mercado de trabalho por sua qualificação ou por pura sorte. Existem, ainda, aqueles que já desistiram e buscam exatamente a tábua de salvação oferecida pelos programas assistenciais oficiais.

Mas, finalmente, há também aqueles que não desistem, e que procuram não apenas sobreviver nesse difícil período de dificuldades, mas também crescer, como cidadãos e como seres humanos. São pais, mães, donas-de-casa, trabalhadores braçais, porém dotados de grande criatividade, que traçam cansativas rotinas diárias de esforço pessoal que garantem a renda familiar, a sobrevivência e o prato de comida na mesa ou a oportunidade de adquirir bens, crescer, marcar uma trajetória.

O desemprego para quem não tem especialização ou qualificação profissionl campeia pressionado pela mesma dificuldade imposta pelo mercado econômico do mundo, forçando santanenses a aceitarem a colheita da maçã, enquanto outros milhares já migraram com menor perspectiva de retorno para grandes centros comerciais, industriais ou turísticos, seja no Rio Grande do Sul ou em outros estados brasileiros. Quem fica, equilibra-se como pode no mercado de trabalho para garantir o sustento da família e busca transformar o próprio esforço em meio de crescimento pessoal e para toda a comunidade. São verdadeiros heróis da economia de mercado.

Acrescente-se a essa vontade férrea o advento da possibilidade de qualificação oferecida tanto pelas universidades públicas e gratuitas e, dentro de pouco tempo, os cursos técnicos escolhidos pela própria comunidade santanense de acordo com as propostas de desenvolvimento e com as vocações de nosso setor produtivo. Esse também poderá ser um grande diferencial em termos de desenvolvimento local. E são, todas essas opções, provas de que ainda é possível acreditar nas potencialidades econômicas de Sant’Ana do Livramento, porque, além de todos os recursos naturais, o município conta com uma das mais eficazes armas contra a crise econômica: a força de vontade e a disposição para o trabalho de seu povo. Santanense não se entrega. O que precisa é uma orientação efetiva e eficaz para criar as oportunidades e transformar essa força de vontade popular em renda para girar a roda da economia local. E, com isso, encaminhar o município para o merecido desenvolvimento econômico e social.

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.