Cláudia Lilian Fernandes Almeida ganhou a viagem como presente de aniversário

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Claudia Lilian, a “Caia”, visitava a Cidade Maravilhosa pela primeira vez e não sobreviveu ao acidente com o bonde turístico no sábado

O corpo da relações públicas e professora Cláudia Lilian Fernandes Almeida, de 43 anos, que morreu na tarde de sábado passado em acidente com um bondinho turístico no Rio de Janeiro, será trazido nesta segunda-feira para a fronteira e será sepultado no Cemitério Público de Rivera, em horário ainda a ser definido. Segundo o irmão da professora, o empresário Fernando Fernandes, o velório será realizado na sala velatória da Funerária Perroni, em Rivera, com início previsto para às 19 horas de hoje.

^[2]O acidente aconteceu em Santa Teresa, região central do Rio de Janeiro. Cláudia, que era “doble chapa”, estava em um bonde em companhia do marido, o engenheiro Hugo Gustavo Gomes Mello, de 41 anos, também fronteiriço. Ao fazer uma curva, o veículo, acionado por força elétrica, teve um problema mecânico em uma curva acentuada e acabou batendo em dois postes após descarrilar. Cláudia e outras quatro pessoas morreram e 57 ficaram feridas.

O bonde estaria superlotado, com pelo menos 14 passageiros além do permitido, segundo informações do Corpo de Bombeiros e da Secretaria Estadual de Transportes. Além disso, o bonde não havia sido modernizado e pertencia a uma geração antiga de veículos.

Sem documentos

Além de perder a esposa, Hugo Gustavo ainda sofreu com a falta de atenção recebida no Rio de Janeiro. Ele teve cortes nos pés e foi levado para um hospital, onde recebeu atendimento, e após liberado se dirigiu ao IML do RJ para liberar o corpo da esposa. Permaneceu no local das 23h30min de sábado até às 17 horas de ontem, quando, mal alimentado e debilitado, acabou se sentindo mal e precisou ser novamente internado.

O corpo de Cláudia somente foi liberado depois desse horário. O problema maior foi que a bolsa dela, com todos os documentos, foi furtada em meio ao acidente, enquanto as vítimas eram socorridas. Como ela nunca chegou a adotar o sobrenome do marido, foi necessária uma grande mobilização de amigos e familiares para conseguir a comprovação da identidade dela.

O corpo chega hoje a Porto Alegre e de lá será trazido para a fronteira no final da tarde, no vôo regular da BQB.

Presente das amigas

Cláudia, chamada pelos familiares simplesmente de “Cáia”, conheceu Hugo, durante a faculdade, em Santa Maria. Ela cursava Jornalismo com especialização em Relações Públicas. Ele, engenharia. Os dois típicos fronteiriços de Livramento/Rivera, com dupla nacionalidade. Aproximaram-se, casaram e foram residir em Jaraguá do Sul/SC, onde Hugo trabalha como engenheiro-chefe na empresa Weg, fabricante de motores e transformadores elétricos.

Tiveram dois filhos, Milena e Bernardo, atualmente com 8 e 6 anos, respectivalmente. Depois que as crianças nasceram, ela passou a se dedicar à família e aos amigos. Foram as amigas que se juntaram, arrecadaram valores entre elas e deram a ela a viagem ao Rio de Janeiro como presente de aniversário, comemorado dia 15 de julho último. Os filhos ficaram em Jaraguá e vêm com uma tia para a fronteira. O horário do sepultamento de “Cáia” ainda não foi definido.

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