Semana Mundial de Aleitamento Materno busca conscientizar população sobre a importância da amamentação

Profissionais da saúde da cidade participam de capacitação em Porto Alegre para realizar trabalho com mães santanenses 

Desde sua criação em 1948, a Organização Mundial de Saúde – OMS – considera a data como veículo para promoção da amamentação. A Semana Mundial do Aletamento Materno ocorre em 120 países e, oficialmente, é celebrada de 1° a 7 de agosto. No Brasil, o Ministério da Saúde coordena a Semana Mundial de Aleitamento Materno desde 1999, sendo responsável pela adaptação do tema para o país e elaboração e distribuição de cartazes e folders. Tem o apoio de Organismos Internacionais, Secretarias de Saúde Estaduais e Municipais, Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, Hospitais Amigos da Criança, Sociedades de Classe e ONGs.

Em Sant’Ana do Livramento, em alusão à Semana Mundial de Aleitamento Materno, as enfermeiras da rede municipal de saúde estão realizando uma capacitação na área na cidade de Porto Alegre, conforme informou a enfermeira Claudia Rubim Clavijo, do Centro de Referência da Mulher Professora Deise Charopen. “Esta capacitação foi promovida pela Secretaria Municipal de Saúde, quando dividimos experiências com outros municípios no que diz respeito ao incentivo à amamentação”, destaca Claudia.

As enfermeiras procurarão adequar à realidade de Livramento trabalhos de sucesso de outras cidades, no sentido de incentivar a amamentação exclusiva até o 6º mês do bebê. “As mães seguem muito o saber popular e dão outros alimentos a seus filhos antes dos seis meses de idade. Vamos fazer um trabalho de conscientização para que até os seis meses de idade, os bebês só se alimentem com leite materno”, enfatiza a enfermeira.

Estão participando da capacitação na capital do estado seis enfermeiras, doze agentes comunitárias de saúde, três agentes do PAISM (Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher) e três agentes do PIM (Primeira Infância Melhor).

ENTREVISTA A PLATEIA

“Amamentar é um ato de amor em que mãe e filho se completam”

O pediatra e Diretor técnico da Secretaria de Saúde, Adalberto Rossés, concedeu uma entrevista à reportagem de A Plateia explicando alguns pontos referentes ao aleitamento materno. 

A Plateia: Que problemas podem ocorrer em bebês que não são amamentados?
Adalberto Rossés: Há uma relação de problemas, como, por exemplo, a anemia, devido à quantidade de cálcio e fósforo que o leite materno possui e o leite de vaca não. Além disso, o leite de vaca possui pouca quantidade de ferro, e grande quantidade de sódio, o que pode acarretar problemas renais, já que o rim do bebê é imaturo e não consegue eliminar o excesso de sódio. Isso pode gerar pré-disposição a hipertensão, futuramente. Sabe-se também que crianças que tomaram leite materno desenvolvem inteligência superior àquelas que tomaram leite de vaca. Enfim, há uma série de inconvenientes causados pela falta do leite materno no organismo do indivíduo. 

A Plateia: A mãe pode transmitir doenças a seu filho através do leite?
Adalberto Rossés: O HIV, por exemplo, pode ser transmitido de mãe para filho através da amamentação. 

A Plateia: A amamentação deve ser exclusiva até que idade?
Adalberto Rossés: Até os seis meses de idade, e deve ser prolongada, no mínimo, até os dois anos, segundo determinação do Ministério da Saúde. A partir dos seis meses de idade, a criança deve ingerir alimentos que contenham ferro, como carne, miúdos, fígado… Até o primeiro ano, também não é recomendável que a criança coma alimentos que contenham leite. 

A Plateia: Quando a mãe não tem leite, é viável que o leite materno venha de outra mulher?
Adalberto Rossés: Não existe falta de leite. Nenhuma mãe fica sem leite. O que ocorre com ela é de origem emocional e é preciso que ela se conscientize que seu filho precisa do leite e que amamentar é um ato de amor, onde mãe e filho se completam. Nas UTIs neonatais existe um espaço chamado lactário, onde as mães podem doar seu leite que fica à disposição de crianças com alta necessidade de leite materno. Mas essa situação é rara.

 

 

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