Os atrasados

Chegar com atraso ao trabalho ou a algum compromisso, mesmo que saindo antes, virou uma rotina indesejável em Sant’Ana do Livramento. Essa é uma constatação a quem vem chegando muitos cidadãos locais que utilizam as vias públicas para deslocamento. Motivo? Não poderia ser outro: o fluxo de trânsito.

Acontece assim: marca-se um compromisso para a hora x. Mesmo saindo com 40 minutos de casa ou do local onde se está, se de automóvel, é preciso ficar por vários e prolongados minutos rodando pelos pontos principais do centro da cidade com a exclusiva finalidade de encontrar uma vaga.

Ah, a vaga. É como o pote de ouro lendário no fim do arco-íris. Como a perfeição da beleza buscada pelas eras pelos mais diversos poetas, escritores e amantes.

Vaga para estacionamento é, por si só, a personificação da ausência. Resultado: perdidos 10, 15, 20 minutos ou mais, é gasto o tempo que indicava a vantagem.

Não apenas nos horários de pico, mas em todos os instantes, o trânsito em Livramento registra acentuada presença de veículos, muito mais do que, imagina-se, pode comportar a estrutura física da planta urbana citadina.

Fácil de constatar essa realidade local, ao mesmo tempo em que se constata, com o fluxo turístico, o movimento em Rivera não tenha sido tão acentuado quanto se pudesse esperar com o dólar a valor mais alto, mas além do que se poderia arriscar justamente por essa condição. A Fronteira cheia de gente, como popularmente se diz. É assim nos feriados. É assim nos fins de semana. Torna-se assim, a cada dia, também nos dias úteis. Compras, passeios, visitações, enfim… Muitas são as atividades dos locais e visitantes que exigem deslocamentos em veículos.

O grande problema, mais do que as ruas atopetadas de veículos, restringe-se a estacionar no centro e isso vale também para a vizinha cidade, especialmente nos trechos mais próximos aos free shops. Fatos que vêm de relatos e uns testemunhados por jornalistas circulando na vizinha cidade, fazem com que a Fronteira proponha repensar, sobretudo no que tange ao papel dos agentes políticos que tomam decisões e do empresariado, alguns pontos essenciais.

Com o dólar em estabilidade, a atração se dá ao natural. Até aí, nada demais, mas levar uma hora para estacionar na Sarandi ou em uma das transversais, ou perder 20 minutos circulando entre João Goulart e Silveira Martins em busca de um local para parar é inominável. Perceba-se o tempo perdido. Primeiro, no trânsito, na circulação em função do número acentuado de veículos, depois, tentando estacionar. Aí vem, nas compras em alguns estabelecimentos, demora no atendimento e as filas de espera para efetuar o pagamento. Mais espera para um almoço ou jantar nos dias de movimento mais acentuado. Não adianta querer mascarar, dizer que não há ou entender essa realidade apenas como uma crítica. Trata-se, tão somente, de uma constatação da realidade.

Buscar circular de carro pelo centro comercial da Fronteira, ponto preferido e necessário de santanenses, riverenses e visitantes. Trata-se de uma odisseia, digna dos clássicos gregos da literatura. Sem falar em outra questão. Depois de passar por esse aperto no tráfego, o sufoco para estacionar e conseguir estacionar, surgem aqueles que marcam espaços para exigir dinheiro em troca.

Há quem exija – sob as ameaçadoras palavras, bueno, y si algo pasa con su coche… não quantias aceitáveis como R$ 2,00, R$ 3,00, R$ 5,00. Há quem, inclusive, guarda lugar para ônibus nas manhãs de sábado no parque Internacional e cobra caro para esses ônibus estacionarem. Existem, segundo relatos, exageros de quem cobre, no mínimo, R$ 10,00 pelo período de duas horas (?)

Já foi dito que o trânsito da Fronteira não é mais o mesmo.

E o interessante que até agora ninguém buscou unir esforços para tratar de soluções práticas e ágeis para esse assunto.

 

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