Um basta!

Se somado o número de reuniões, encontros, eventos, etc… desenvolvidos nos últimos anos, propondo, intuindo, pugnando, sugerindo, cruzando ideias; associado ao de palestras, seminários, entre outros; o tão desejado desenvolvimento sócio-econômico de Sant’Ana do Livramento já estaria em franco andamento. Não. Nada de pessimismo. A realidade é que falta a consequência prática desses eventos – nada a ver com a teoria do ócio criativo ou algo similar. Encontros são importantes a partir do ponto de vista em que se tornam meio (do latim, via popular, mediu) para que se consiga atingir uma finalidade específica.

Já chega! É preciso colocar um ponto final naquele lugar comum de “Vamos realizar uma reunião que vai definir a data de um encontro, cuja finalidade é planejar um seminário que vai marcar uma assembleia para estabelecer uma conferência, a fim de realizar um congresso que (ufa!) vai deliberar sobre as decisões a serem tomadas”. O amanhã se faz hoje e o daqui a instantes se faz agora. Palavras devem ser substituídas por práticas com a intensidade e a velocidade proporcional ao tamanho das contramedidas que precisam ser tomadas para recolocar Sant’Ana do Livramento no rumo do desenvolvimento.

E isso não é apenas política. Não se refere tão somente a admininistração. Ou aos poderes constituídos. Se refere ao conceito, ao âmago da comunidade. Entenda-se um novo conceito de corpo social, coletividade. Debater e discutir, trocar ideias, construir, é, e sempre será, importante, mas as palavras precisam se solidificar a partir do momento em que saem das bocas – e os pensamentos dos cérebros – ou dos papéis.

Sacode a poeira, Livramento. É o momento de uma nova reunião. Só que de esforços práticos para construir algo definitivamente prático a ponto de validar a consolidação de uma nova realidade para o futuro próximo.

Este é um ano eleitoral, mas isso não pode fazer com que parem as atividades nos demais setores, esperando o que vai dar.

Mas, se for o desejo tão somente continuar marcando mais uma reunião visando definir um encontro para fazer um seminário e deliberar em assembleia sobre uma conferência, a qual determinará a data de um congresso, para marcar a data de um workshop, para realizar um congresso sobre o tema deste Editorial, por exemplo, não contem com o autor.

Fica evidente que há reuniões necessárias, para organização, ordenação, enfim, tratar do trabalho pontual a ser desenvolvido, tomar as deliberações necessárias em determinadas circunstâncias. O grande problema é quando o conjunto de reuniões, jantares, almoços, encontros, seminários e toda a gama de outros coletivos de gentes em espaço tempo iguais acaba ocorrendo em número mais acentuado do que as definições.

Reunião produtiva, da mesma forma que todos os demais eventos do gênero, é aquela em que um assunto é discutido, firma-se convicção, toma-se decisão e é aplicada a medida necessária. Assim, torna-se claro que reunião para definir reunião, que é o que ocorre em Livramento – adorada por muitos nos meios sociais, empresariais, comerciais, políticos, principalmente – é uma metodologia que não resiste mais a qualquer elemento diferente, que queira definição pontual, solução, confirmação.

Outra forma de reunião é aquela em que o procurado para tomar uma deliberação ou dar solução para alguma questão “está em reunião”. É uma das velhas técnicas escapistas, muito utilizada por agentes públicos de outrora.

Voltando ao início, se desenvolvimento fosse sinônimo de reuniões, encontros, congressos, palestras e toda a sorte de eventos que já ocorreram, Livramento seria uma das mais desenvolvidas cidades do planeta.

 

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