MUDAR PARA PIOR?

Uma campanha institucional pela descriminação das drogas está sendo veiculada pela Rede Globo, em horário nobre, cujo mote parte da afirmação “É Preciso Mudar”. De maneira sutilmente esperta, as mensagens mostram pessoas que se dizem vítimas da repressão policial pelo consumo pessoal de alguma substância considerada proibida pela nossa legislação. 

O objetivo da campanha é mobilizar os brasileiros para que formem um contingente de um milhão de cidadãos pedindo mudança na atual legislação sobre drogas. Na verdade os idealizadores do “É Preciso Mudar” querem facilitar a vida dos dependentes estabelecendo uma distinção entre viciados e traficantes. 

Tal distinção é óbvia e a lei atual já tem essa diferença registrada em seus artigos, assim como é óbvia a conexão do dependente com o traficante. Um não existe sem o outro e como o Estado falha na repressão ao tráfico, surgem os aproveitadores para aliviar a situação de quem compra e consume drogas. 

Mesmo assim tenta-se vender a idéia na campanha televisiva que o consumidor é sempre vítima do traficante, pelo menos é assim que aparecem pessoas dando depoimento sobre as “injustiças” sofridas pela ação policial de combate ao tráfico. 

Só os ingênuos acreditam que há pessoas presas pelo fato de consumirem drogas. Quem vai para atrás das grades é por que estava de posse de uma quantidade acima do considerado “para consumo próprio”, isto é, preso mesmo, só traficante. 

Felizmente, nesta última quinta-feira, foi publicado um manifesto contra a descriminação do uso de drogas no Brasil que vai assinado pelas maiores autoridades representativas do Rio Grande do Sul, tais como senadores, deputados federais, entidades médicas, entidades empresariais, religiosas e organizações não-governamentais. 

Trata-se de uma resposta forte, contundente ao manifesto ‘É Preciso Mudar”, mas acima de tudo é uma mensagem aos defensores da liberação das drogas no país para mostrar que haverá sim uma reação da sociedade decente que condena e não aceita conviver com a possibilidade de ver seus filhos com vida saudável ao lado de consumidores de drogas. 

Se uma parte do Brasil motivada pelo canto enganador das drogas liberadas sonha em sermos uma Holanda, a porção maior da nação brasileira simplesmente não aceita “mudar para pior”. 

A MENSAGEM (1) 

“A idéia de descriminalização do uso de drogas não é baseada em nenhuma evidência científica e trata o assunto de maneira assimétrica. A legalizar o uso, a comissão possibilitaria uma circulação maior das drogas, com um aumento exponencial do consumo”. 

A MENSAGEM (2) 

“Ao aumentarmos o consumo, a tendência é o aumento da oferta. Isso é uma regra de mercado! E quem então abastecerá esse mercado, aquecido pela liberação do uso? Os traficantes! Eles lucrarão muito mais, aumentarão sua estrutura e ação. Sem falar no aumento de seu trágico séquito de violência e mortos”. 

A MENSAGEM (3) 

“A idéia de que a liberação geral das drogas, inclusive do comércio, diminuiria o problema (teoria da guerra perdida) é um equívoco. Ela o agravaria mais. A experiência dos países que já tentaram a liberação, como a Suécia, mostrou isso. Hoje, todos os países do planeta reprimem o tráfico de drogas!” 

A MENSAGEM (4) 

“O fato é que, onde existe maior rigor e efetividade no enfrentamento às drogas, menos dependentes existem, menor é o problema de Saúde Pública e o de Segurança. Não existe outro caminho. Na ciência como na justiça não podemos esquecer a comprovação fática, para avançar em benefício de toda a sociedade!” 

ESPERANÇA 

Agora é esperar que o Congresso Nacional rejeite qualquer tentativa de beneficiar, diretamente, os traficantes de drogas, sob o pretexto de que a liberação do consumo e do comércio irá tirar o Brasil do caminho do vício. Dependentes de drogas precisam de apoio familiar, médico e de programas de recuperação. E o lugar de traficante é na cadeia e não no comércio criminoso.

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.