Tendências e teorias

A partir do momento em que começa a acentuar-se o ritmo de uma campanha política, algumas tendências começam a se manifestar de forma mais forte ou com mais intensidade, dependendo da situação. Claro, jamais deve-se generalizar e dizer que todos são iguais. Sempre haverá aqueles que mantêm posturas diferenciadas pelos mais diversos motivos e causas, inclusive por índole e caráter. E, há, infelizmente, aqueles que querem chegar a mandatos eletivos, mas não estão preparados para isso, não no sentido prático, mas no campo do pensar. São aqueles que ainda têm resquícios de uma forma de agir politicamente que precisa ser esquecida. São aqueles cujos atos acabam por demonstrar fatos diferentes daqueles que são apregoados. São sintomas de que ainda é preciso muito para se chegar a um entendimento pleno sobre política, no precioso sentido de fazer o bem à maioria dos cidadãos.

A primeira das tendências é a Teoria do Questionamento. Qualquer elemento que esteja fora daquilo que um ou outro integrante de coordenação política e o próprio candidato imaginam (não que seja, efetivamente assim) está errado, mesmo estando certo. Aí vem o questionamento: “Mas o que está acontecendo?”.

A segunda é a Teoria do Não pode ser! Assim mesmo, com ponto de exclamação. É aquela em que este ou aquele grupo entende diferente daquilo que é praxe que ocorra. Logicamente, segundo eles, Não pode ser!

Agrava-se com algumas outras tendências, as quais perpassam por entendimentos e jactância, posições diferentes das habituais e arrogância.

A partir do momento em que a candidatura sobe para a cabeça, o discernimento acaba comprometido. Vem aí o pensamento: “Mas o que estão pensando, eu sou candidato” – com ênfase nas duas últimas palavras, como se fosse possível ouvir um divino tonitroante baque na afirmação.

Aí a coisa começa a se tornar perigosa. Surgem – considerando que vai esvaindo-se o tempo para buscar o voto – a Teoria do Inimigo, da Sabotagem. Qualquer coisa que ocorra, mesmo que essa “coisa” fuja ao conhecimento do postulante, acaba se tornando “ação do inimigo” ou “sabotagem de alguém infiltrado, alguém que está ‘contra nós’”.

Essas visões torpes, infelizmente são recorrentes, pois, mais do que uma disputa – que deveria ser sadia, argumentativa, propositiva e proativa – acaba se tornando um engodo.

Acontece que os discursos não mudam porque os pensamentos permanecem os mesmo, com a dupla postura: perante o público ou a mídia agem e falam de uma forma e, naturalmente, entre os seus, de outra.

Outra tendência muito comum é a do Desespero. Essa é a de final de campanha, em que associada ao denuncismo, ao diz-que-diz-que, não constrói nem projeta, não solidifica nem estabelece. Normalmente, é aquela situação em que estabelece: “Quem não está comigo, está contra mim e quem está contra mim está errado, portanto, vai ser punido”.

Vários pontos de interrogação. ???????????

Punido? Se o leitor eleitor quiser saber como, basta perceber a inatividade de alguns agentes políticos.

O grande problema é que denominam, errada e burramente, de estratégia algumas ações e atos derivadas dessas teorias. E há tantas, infelizmente. Estabelecem como meta passar por cima de quem quer que seja até alcançar o poder. Ah, o sublime poder. De donos, de Deuses, com soluções para tudo.

Mas, na prática, sabe-se que não é assim.

Não pode ser mais assim.

E o eleitor precisa estar ciente disso.

Afinal de contas, clama por mudança.

Inclusive e essencialmente de pensamentos.

E cabe a ele fazer isso ocorrer.

 

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