Quebra-cabeças pessoal

Pode ter mais sentido do que se pensa até um comercial de televisão. Há alguns meses atrás, era exibida a propaganda do Canal Futura na TV Aberta. Várias imagens sobre situações das mais diversas com perguntas pontuais sobre essas situações. E, ao final, uma última afirmação: são as perguntas que movem o mundo. Pergunta, questionamento, leva à busca pelas respostas. Há, partindo daí, entendimentos diferentes até que se chegue a um consenso, pois há vezes em que não existe uma única resposta para determinada situação. As pessoas não gostam de conflitar opiniões, debater conversas, tergiversar. É preciso entender, afinal, que os conflitos são parte da realidade. Sem eles, talvez fosse chato viver… para utilizar uma definição simplista.

Aí entra o entendimento de que não se deve permanecer no que hoje se chama zona de conforto. É preciso compreender que a mesmice nunca é agradável.

Por ser inovador, buscando a criatividade, o ser humano é movido pelo novo, pelo provocador, o que faz sair do lugar, move os olhos em alguma direção. Os seres são submetidos a testes, cotidianamente. Cada um mais difícil do que o outro.

É aí que reside a diferença, a separação do joio do trigo. As ações se misturam à medida de nossas percepções.

E o que fazer? Qual a melhor atitude?

Tudo depende de cada um, porque somos diferentes, porém, ao mesmo tempo, iguais. É por este motivo que devemos pensar sempre no todo. Não vivemos isolados, mas, de outro modo, integrados.

Muitas são as distâncias que nos separam uns dos outros. Distâncias afetivas, de desejos, de intenções, ou mesmo territoriais. Sim, porque vivemos em um mesmo terreno, mas as colmeias humanas, chamadas pelos humanos de cidades, estão há alguns quilômetros umas das outras. O fato é que é preciso pensar no todo. Não vivemos sozinhos, no máximo, nos escondemos na solidão como forma de fugir desse cotidiano turbulento com o qual, é claro, aprendemos a conviver.

Nem por isso devemos satisfazer-nos com tudo isto. Precisamos agir. Para cada coisa, uma solução; para cada problema, uma saída. A regra das coisas é assim, naturalmente, o ser humano é quem a complica.

Isso vale para quaisquer assuntos ou temas.

Resolver um problema é um trabalho conjunto, um processo que precisa ser construído sólida e agilmente e deve partir da iniciativa de quem desejar partilhar a busca, concorrendo para obter a tão necessária conclusão, ou desfecho para determinado assunto.

Tome-se como exemplo o período de campanha eleitoral, conflitos sempre iminentes, originados no legítimo sentimento de entendimento próprio que as pessoas mantêm, de que cada qual tem uma forma de fazer as coisas e a do outro é a errada. Entenda-se, entretanto, que é muito tênue a linha que se verifica entre um e outro ponto, um e outro entendimento, pois o fundamental é que o nível de ação e de atividade precisa estar respaldado na compreensão de que a lógica é clara quando se trata de impulsionar ideias.

Pensamentos, decisões. Tipicamente humanos.

E no conceito de humanidade está o errar, o acertar, o seguir, o parar.

Reflita-se sobre a afirmativa de Bertold Brecht: “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio depende das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”

Já diria Winston Churchill, o primeiro ministro britânico durante a 2ª Guerra Mundial, para aqueles que precisam entender de uma outra forma: “A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra, a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes”.

E, para finalizar, o clássico Platão: “Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles gostam”.

Enfim, este texto é um conjunto de propostas para que o leitor possa montar seu próprio quebra-cabeças íntimo e fazer sua própria análise.

 

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