Antes, escuridão. Agora, luz e esperança para uma nova vida

Após oito meses de quase cegueira, dona de casa realiza cirurgia e recupera visão em um dos olhos

“Estava quase completando um ano que eu já não enxergava mais. Nesse período, senti muita falta de enxergar as coisas que eu gosto. Tinha que ficar apalpando os objetos e contanto com a ajuda dos meus filhos e do meu esposo. Mas nunca perdi a esperança, e agora meus dias são mais felizes”.

Para a santanense Fátima Terezinha Peres, 43 anos, moradora da Vila Santa Rosa, os últimos oito meses foram vividos no breu, que somente pode ser compreendido por aqueles que não possuem visão, por nascerem assim, ou por serem acometidos por algum tipo de enfermidade que venha a privá-los de enxergar. Nos caso da dona de casa, a chamada Catarata, doença que atinge um grande número de homens e mulheres e que precisa de tratamento ainda quando estão surgindo os primeiros sinais, foi a grande responsável pelos momentos de privação, desconforto e incerteza vividos por Fátima.

Há pouco mais de noventa dias, a reportagem do jornal A Plateia encontrou a dona de casa em sua residência, com o semblante triste característico de quem apenas conta os dias e as horas dependendo da ajuda de terceiros. Para ela, apenas a cirurgia corretiva em ambos os olhos seria capaz de devolver todas as cores do mundo e a possibilidade de levar uma vida normal.

Recomeço

Há pouco mais de trinta dias, Fátima Terezinha Gonçalves foi encaminhada para a cidade de Rosário do Sul, através da Secretaria Municipal de Saúde, onde realizou a cirurgia que não lhe devolveu apenas a visão do olho direito, mas o direito de ver a vida muito mais colorida, sabendo aproveitar depois da privação, e da provação, cada segundo ao lado dos amigos e, principalmente, dos filhos e marido. “Recebi uma lente que depois será retirada, e agora enxergo muito bem, graças a Deus. Demorei seis dias, depois da cirurgia, para voltar a enxergar. Aos poucos, a visão foi voltando e senti a sensação maravilhosa de voltar a ver a luz com maior nitidez. Levei um susto ao perceber que na minha casa tinham algumas frestas que eu já não via mais”, diz ela. Fátima se emocionou e veio às lágrimas quando começou a falar da primeira vez em que viu os filhos, principalmente sua caçula: “Meus filhos ficaram muito faceiros (choro). Eu estava com saudade, dependia dos outros e agora eu olho tudo, faço coisas que não podia mais fazer. Dependia deles até para tomar um copo de água”, disse. Fátima, que completou seus 43 anos de idade no último domingo, espera agora pela cirurgia que precisa ser feita no olho esquerdo e que ainda será marcada em Rosário do Sul. “Meu sonho agora é fazer a outra cirurgia e levar uma vida absolutamente normal. Sinto-me bem e agora a vida segue”, concluiu a dona de casa.

A vida agora passa pelos próprios olhos da dona de casa Fátima Terezinha Peres, após a cirurgia que recuperou a visão de um de seus olhos

Mas afinal, o que é Catarata?

 

A catarata é a perda da transparência do cristalino. Em geral, ela começa a aparecer depois dos sessenta anos, porém esse processo pode ter início mais cedo. O envelhecimento natural das células do cristalino é a causa mais comum da catarata, embora existam outras origens: hereditariedade, traumatismo, doenças sistêmicas, congênitas, medicamentos e infecções oculares. Não há nenhum método capaz de evitar ou prevenir a catarata. O único tratamento eficaz conhecido até hoje é a intervenção cirúrgica. O seu aparecimento não pressupõe a necessidade imediata de cirurgia. Algumas cataratas são lentas e outras progridem com maior rapidez.

 

 

 

Cleizer Maciel
cleizermaciel@jornalaplateia.com

 

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