Em seu valor se encerra toda a esperança que um povo alcança

Dia do Soldado. Data máxima dos militares brasileiros. Efeméride instituída em homenagem ao marechal Luís Alves de Lima e Silva, patrono do Exército Brasileiro, nascido em 25 de agosto de 1803. Com pouco mais de 20 anos era capitão e, aos 40, marechal-de-campo. Entrou na História como “o pacificador”, por apaziguar muitas rebeliões contra o Império. Comandou as forças brasileiras na Guerra do Paraguai, vencida pela aliança Brasil-Argentina-Uruguai em janeiro de 1869, com um saldo de mais de 1 milhão de paraguaios mortos (cerca de 80% da população). Depois da guerra, Lima e Silva é elevado à condição de duque de Caxias — o mais alto título de nobreza concedido pelo imperador, tendo, ainda, exercido a função de senador.

O Exército Brasileiro – Braço Forte, Mão Amiga – celebra nesta quinta-feira a data consagrada ao soldado brasileiro. Independentemente de origem, é sob a boina que se encerra o valor da cidadania combinado à busca constante pelo aperfeiçoamento profissional, aliados à valorização permanente dos ideais e princípios que formam o caráter da brasilidade: moral, Pátria, Nação, ética, civismo, respeito, hierarquia, entre outros.

Sant’Ana do Livramento conta com duas unidades militares, vigilantes, instaladas com razoável proximidade geográfica uma da outra: a 2a Bateria de Artilharia Antiaérea e o 7o Regimento de Cavalaria Mecanizado. Artilheiros e Cavalarianos, integrantes de duas das principais armas do EB, composto também pelos quadros e serviços: Infantaria, Engenharia, Comunicações, Material Bélico, Intendência, Saúde, Quadro de Engenheiros Militares (QEM), Quadro Auxiliar de Oficiais (QAO), Quadro Complementar de Oficiais (QCO) e Serviço de Assistência Religiosa (Sarex).

A equipe de reportagem de A Plateia/RCC FM, ontem, realizou visita aos comandos das duas Organizações Militares (OM). O significado de ser soldado, nas opiniões e impressões de oficiais e praças é o destaque desta matéria, sob o enfoque justamente do slogan adotado pelo Exército, de ser o braço forte quando necessário e a mão amiga sempre que possível, apoiando e inserindo-se nas comunidades.

A formatura alusiva à data ocorrerá no quartel do 7o RC Mec, a partir das 9h desta quinta-feira.

“Dia de orgulho paraa Força Terrestre”

Comandante do 7o Regimento de Cavalaria Mecanizado, o coronel de Cavalaria Marco Aurélio Cagnoni conversou com a equipe de reportagem no Espaço Cultural da OM. Em rápidas palavras, discorreu sobre a vida do patrono do EB, o marechal Luis Alves de Lima e Silva, o pacificador, fazendo alusão ao papel do histórico soldado brasileiro que, após pacificar as rebeliões nas províncias de São Paulo, Minas Gerais, Maranhão e São Pedro do Rio Grande do Sul, foi o comandante das tropas do Exército Imperial na Guerra do Paraguai, na terceira fase do conflito. “É uma data de muito orgulho para a tropa da Força Terrestre, pois além de celebrarmos o marechal Luis Alves de Lima e Silva, o soldado incorporado neste ano presta o juramento à Bandeira Nacional, dedicando-se ao serviço da Pátria” – sintetiza o comandante. Cagnoni discorreu também sobre a atualidade do EB e seus efetivos, desde a reserva mobilizável, os papéis de força de combate e de missões de paz (como no Haiti, onde há 32 militares do 7o RCMec), bem como nas ações cívico-sociais, atendimentos médicos, odontológicos, com um sentimento igualável ao de Caxias, estendendo a mão amiga para a população ao mesmo tempo em que a força realiza sua preparação militar.

Santanense, o soldado Andrei Florindo Vargas, no EV do 7o RC Mec, afirma considerar o Exército uma oporunidade de servir e defender a Pátria, a Bandeira e é também motivo de conquistas pessoais e profissionais futuras. “Aqui a gente ganha mais caráter, responsabilidade e aprendizado de vida” – resume o militar, que pretende seguir carreira nas fileiras do EB, tendo sido distinto com a honraria Praça Mais Distinta.

 

 

 

Santanense, Romácio de Menezes Silva é 3o sargento lotado no 7o RC Mec , formado na Escola de Instrução Especializada (EsIE-RJ). Para ele, ser soldado cidadão é honrar as cores da bandeira em todas as atitudes, no mundo civil, ser respeitoso, manter a humildade, ajudar a comunidade em geral. “A responsabilidade é bem maior, defender a pátria com a própria vida, procurando seguir os bons exemplos, sem, entretanto, esquecer dos ruins” – diz.

 

 

 

“O Exército é o local mais democrático que conheço”

O major Ivan de Oliveira Gomes, paulista, 20 anos de farda, que comanda a 2a Bateria de Artilharia Antiaérea, recepcionou a equipe de jornalistas ontem à tarde. O oficial de Artilharia fez uma síntese das ações que a OM desenvolve junto à comunidade, citando as qualificações de militares – visando futura vida civil – através do projeto Soldado Cidadão.

O major Ivan, oficial comandante da Bateria de Artilharia Antiaérea

O soldado recebe qualificação em diversas áreas, como informática, garçom, mecânico, auxiliar de escritório. A unidade, inclusive, mantém parceria com hotéis e autoelétricas locais, onde soldados aprendem ofícios, podendo atuar nessas profissões quando derem baixa.

 

As atuações dos militares da Bateria em ações cívico-sociais são constantes, tanto em parceria com outros entes quanto por iniciativa própria.

“O pessoal chega, no Efetivo Variável (EV), novo, não tem muita noção das atividades e instruções. Recebe a instrução básica e começa a ter sua percepção desenvolvida, vendo as dificuldades da população, ajudando-a, participando das Aciso’s e desenvolvendo, aí, seu espírito de necessidade de auxílio ao próximo, concomitante com a instrução militar. Recebe a gratidão das pessoas, vendo que sua ação, por pequena que seja, fez a diferença para elas” – analisa o comandante.

“Além das instituições basilares da sociedade, como a família, a pasagem nas forças armadas ocasiona experiências que são levadas para toda a vida e ao voltar à vida civil, o cidadão se torna um multiplicador de ideias positivas, disseminando-as junto com princípios e ideais” – resume.

“O Exército é o local mais democrático que eu conheço. Todos chegam em condições de igualdade. Recebem a mesma instrução, a mesma comida, o mesmo alojamento, as mesmas condições; o que os difere, na progressão de suas trajetórias, é o conjunto das oportunidades de carreira que eles próprios, pelas atitudes e procedimentos, conhecimentos adquiridos e vontade de aprendizado, buscam obter” -

Santanense, o soldado EV da 2a Bia AAAé Leonardo Santos Pereira,que também pretende seguir carreira no EB. Para ele, ser soldado-cidadão significa, em primeiro lugar, aprender muito e levar essas experiências para o resto da vida, amadurecendo. “Estudar muito, aprender, servir a Pátria e ajudar no que for preciso” – diz o jovem militar, também agraciado com a Praça Mais Distinta em âmbito de OM.

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