De ritos e prazos
Em pouco menos de três dias, estará nas ruas a movimentação democrática e institucional daqueles que desejam obter votos suficientes para garantir suas respectivas eleições. Vale para prefeito e vice e para 17 cadeiras no Legislativo municipal.
Existe uma lógica neste período. Candidaturas devem passar pelo crivo do Juízo eleitoral, ao mesmo tempo em que haverá prazo para a impugnação de nomes mediante denúncias, já após a publicação das nominatas, o que deverá ocorrer sábado.
É um período delicado, talvez até mais do que o pré-convencional. Serão 10 dias que fazem com que a expectativa fique mais acentuada. Afinal, em uma última análise, fica evidente que o quadro ainda pode sofrer mudanças antes da efetividade da disputa na campanha. Não que vá acontecer, mas é uma possibilidade, seja de alguém não passar no crivo judiciário ou mesmo de alguma denúncia comprovada e procedente estabelecer a impugnação de algum candidato. Tais cogitações, entretanto, não suscitam que exista, de fato essa mudança.
Da mesma forma, há rumores fortes – e crescentes pelas ruas da cidade – de que haverá uma desistência da disputa por parte de um prefeiturável já aprovado em convenção partidária. Não significa que seja verdade, mas em vários setores e segmentos, como na política, fica evidente que tudo pode acontecer.
Aliás, esses boatos, informações de bastidores, bois de piranha, ou como queiram chamar, parecem se tornarem mais comuns – e isso, infelizmente, ocorre em todo o momento do período eleitoral. É comum à política, lamentavelmente.
Na prática, o judiciário eleitoral ainda não recebeu denúncias formais. Como o leitor já deve ter adivinhado, a próxima frase: não significa que não venha a ocorrer.
A partir da constatação de que no período pré-convenções, surgiu até denúncia envolvendo dinheiro, fazendo com que o debate político parasse e fosse parar na Delegacia de Polícia, é possível esperar tudo.
Mas, o que é desejável é um processo de debate limpo, coerente, em alto nível.
O judiciário eleitoral local cumpre com todos os ritos e prazos estabelecidos pela legislação e regulamentos pertinentes. É de esperar, por parte do eleitor, que cada candidato também assim o faça, pois é fundamental a construção de um debate que ofereça soluções e não falácia; responsabilização e não criminalidade.
Findos os períodos específicos, aprazos pela legislação e demais regramentos específicos, o judiciário também estará alerta e vigilante. Sua finalidade, por óbvio, é resguardar que o transcurso do processo ocorra da melhor forma possível.
Enquanto transcorrem os ritos, permanece a expectativa em torno dos projetos, das propostas, daquilo que os candidatos pretendem concretizar – e aí está a palavra mais adequada – caso sejam eleitos para cumprir mandato eleitoral pelos próximos quatro anos. Concretizar, de fato, deve ser alinhado a outro verbo: materializar, pois os cidadãos querem verificar o que, na realidade, estará sendo implementado.
A prática, o efetivo, são os elementos desejados e talvez pela ausência deles, até hoje tenha sido possível registrar uma tremenda resistência por parte das pessoas quando o tema central trata de política.
Os prazos estão correndo e, diante disso, cabe a todos aqueles que se apresentaram como pré-candidatos, cumprir com o rito necessário para formalizarem sus candidatura.
A cidadania precisa de evolução e transformação social, econômico-financeira e, sobretudo, de pensamento – e sua relação com a prática, o visível, o necessário, o utilizável, o aproveitável.