CALOTE JÁ ASSUSTA

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, afirmou nesta terça-feira que a inadimplência total está no maior patamar da série, iniciada em junho de 2000, em 6%. Na pessoa física, o 8% de maio (deste ano) é o maior nível de atraso desde maio de 2009, quando estava em 8,5%.

O que assusta as autoridades financeiras é o atraso no pagamento do financiamento para a compra de automóveis. É nesse segmento de crédito bancário que está a interrogação: os tomadores de dinheiro poderão quitar suas dívidas, depois de passada a emoção do primeiro carro e das despesas que começam a aparecer?

Durante o ano de 2010 as revendas de veículos em todo país chegaram a vender automóveis em até 90 meses, como foi o caso de lojas em São Paulo. Mas a prática comum em 2010 era a de oferecer veículos zero km em até 80 meses e é onde se encontra a maior parcela de inadimplência.

Não é difícil de se constatar esse atraso nas prestações. 80 meses são seis anos e oito meses e quem compra um veículo com tal prazo é porque sua renda mensal só lhe permitia esse prazo. Por outro lado, um veículo nacional 1.0 financiado em 80 meses, a partir do terceiro ano, vai apresentar novas despesas ao seu comprador, especialmente na parte de manutenção do mesmo.

Uma prestação de R$ 400 na compra de um veículo precisa ser acrescida de mais 50% de despesas como seguro total, IPVA, combustível, garagem e manutenção a cada seis meses para evitar problemas mecânicos maiores.

Quem tem uma renda mensal de R$ 2 mil já encontrará dificuldades para a manutenção do seu veículo, caso esse orçamento tenha outros comprometimentos. E aí, o atraso de uma parcela é o caminho para o atraso de outras numa acumulação de dívida preocupante para qualquer pessoa.

Há quem tente se desfazer do veículo para cortar a despesa e a frustração será maior, pois o valor de mercado do veículo alienado será muito inferior à dívida restante a pagar. O sonho de comprar o primeiro carro é um direito de todos, mas essa compra precisa ser muito bem calculada para evitar que suas finanças sejam devoradas por juros e por despesas imprevistas.

MAIS RIGOR

Túlio Maciel disse que os bancos, a partir daquela inadimplência pela facilidade de crédito, já estão tornando os empréstimos mais seletivos para evitar uma freada no crescimento do consumo. Manter o mercado de crédito aquecido é um ponto de honra para o governo e para a economia interna do país.

CARINHO OFICIAL

O Programa Brasil Carinhoso já mostra resultados na renda familiar de quem se beneficiava do Bolsa Família. Até o mês passado, o BF repassava para uma mesma família o máximo de R$ 306. Com a chegada do Brasil Carinhoso, uma família formada por 19 pessoas receberá no fim deste mês R$ 1.332.

IMPREVISÍVEL

Mesmo que a Comissão de Ética do Senado tenha recomendado, por unanimidade, a cassação do mandato de Demóstenes Torres, ninguém arrisca a dizer qual será o resultado da votação em plenário. Ali, o voto é secreto.

PROPOSTA INDECENTE

O senador Demóstenes Torres procurou alguns senadores influentes para tentar negociar sua absolvição e manutenção de seus direitos políticos em troca de uma licença por 120 dias para depois apresentar a sua renúncia. Mas, pelo jeito, sua proposta ficou no limbo.

PETROBRÁS NÃO GOSTOU

O governo deu um reajuste no preço dos combustíveis para a Petrobrás sem repassá-lo ao consumidor, mas a empresa achou-o insuficiente. Para a Petrobrás o ideal seria um aumento de 15% no valor da gasolina e do diesel.

GOVERNO PARALELO

Esse governo paralelo que Fernando Lugo, presidente deposto do Paraguai, pretende até que está parecido com a vida dupla que ele levava como bispo e como fazedor de filhos em suas paroquianas.

 

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