Os bilhões da Terra

A descoberta de água líquida em Marte, algo que já começa a ser divulgado, ao mesmo tempo em que os cientistas se preocupam com asteróides de proporções descomunais, traz à tona o pensamento sobre o futuro da raça humana. O leitor santanense que assistiu ao Fantástico da rede Globo, de domingo passado, e leu jornais como a Folha de São Paulo, Estadão, concluiu, com certeza, que o amanhã da humanidade não depende, em nada, de outra condição ou situação, a não ser dela mesma. Seja na questão ambiental, seja no que tange a superpopulação terráquea.

E perceba-se que não será possível encontrar um planeta exatamente igual a este em todo o infinito, tão rapidamente a ponto de promover uma retirada em massa, abandonando o que foi o paraíso de Pangea.

Não haverá possibilidade de transferir a raça humana para Marte ou qualquer outro planeta do Sistema Solar, pelo menos em um curto espaço de tempo, caso o desgaste que as mãos e ideias do Homem provocam na terra, no ambiente e na essência planetária, seja tão profundo a ponto de gerar a inabitabilidade. A água descoberta lá, portanto, de nada valerá por muitos séculos até que se chegue a uma tecnologia avançada.

Os asteróides-planetas demorarão, talvez 30, 50, 60 ou mais anos para se dirigirem à órbita terrestre e, só aí, será possível saber se serão atraídos pelo planeta ou não.

Falam do desmatamento na Amazônia. Do processamento químico em algumas indústrias; do enriquecimento de urânio, do lixo jogado aqui e acolá; da quantidade tremenda de material não orgânico impactando sobre o ambiente, enfim…

Agora, diante deste contexto de proporções inimagináveis, o santanense – já com seus próprios problemas a resolver – se pergunta sobre o que ele, poderá fazer?

Aí está. Ao se fazer essa pergunta, o cidadão consegue dar o primeiro passo para entrar em uma corrente de fortalecimento que impactará positivamente sobre a humanidade.

Uma resposta plausível: fazer a sua parte. Esse é o ponto base. Como? Há uma infinidade de formas e métodos. Deixar de usar as sacolas plásticas dos supermercados, reduzindo o número delas soltas, se misturando ao solo. Dando destino correto a embalagens plásticas, baterias de celulares, enfim…

Ao bom e velho estilo das formigas, se cada um fizer sua parte ou, uma fração, pelo menos dela, será possível prolongar ainda mais o futuro da humanidade. Apesar de a taxa de crescimento anual da população ter caído nos últimos 50 anos (era de 2,1% no fim dos anos 60 e hoje é de 1,2%, o que se deve principalmente por causa da queda no número de nascimentos), o número de pessoas no planeta tem crescido em tempo recorde e deve passar dos 7,2 bilhões em poucas semanas, segundo o Population Reference Bureau (PRB).

O sexto e o sétimo bilhões foram alcançados em apenas 12 anos cada (éramos 5 bilhões em 1987, pulamos para 6 bilhões em 1999 e chegaremos aos 7 em 2011), o que é um recorde. Projeções sugerem que chegaremos aos 8 bilhões daqui a mais 12 ou 14 anos.

Se a taxa de crescimento populacional está menor, por que o número de pessoas cresce tão rapidamente? É simples. As pessoas estão de fato tendo menos filhos, o que significa que têm menos gente chegando por aqui. Mas também há menos gente indo embora: com a melhoria na saúde pública e a evolução da medicina moderna, as pessoas estão vivendo mais. Segundo o relatório de 2011 da PRB, a cada minuto nascem 266 pessoas e morrem 108.

Se essa transição levou séculos para ocorrer nos países ricos, ela está acontecendo hoje em poucas décadas nos países pobres, que são justamente os que concentram o maior crescimento populacional. Com as condições da saúde melhorando tão rapidamente, as taxas de natalidade nos países em desenvolvimento não tiveram tempo para mudar, como ocorreu na Europa – e isso produziu níveis sem precedentes de crescimento populacional.

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