A síndrome sem vices

Exceto por uma única agremiação política de Livramento, o PT – que firmou posição com o PSD, todas as demais não anunciaram suas pré-candidaturas a vice-prefeito. Há uma outra sigla, o PSC, que ventila a disponibilização de nome para vice em composição de chapa.

Nas demais, exceto o PP – ainda sem vice, mas com forte disposição de concorrer com a chamada chapa pura, ou seja, sem coligar – os partidos políticos traçam estratégias e começam a perscrutar (para usar uma analogia) condições e possibilidades.

Se estava sendo jogado um truco – em que o canto de flor e contra flor, o resto eram a tônica – as disposições partidárias de DEM, PMDB, PTB e PSB em não oferecer seus pré-candidatos à majoritária como vices, em decisões reafirmadas constantemente pelos próprios postulantes, o jogo mudou para um xadrez muito bem pensado, legando a uma Síndrome (do grego syndromé, reunião) já contumaz em Sant’Ana do Livramento. A Síndrome do Vice, em que permite-se a analogia de: há uma reunião insistente de pré-candidatos em suas respectivas agremiações, sem, entretanto, indicativos de possibilidades no que tange a nomes de vices.

Há quem atribua essa realidade a uma série de situações peculiares e, mesmo, existe quem estabeleça uma razão maior do que a questão das possíveis coligações. Seja pelo fato do vice “puxar” para cima ou para baixo, dependendo do nome escolhido em termos de densidade de votos – leia-se volume de captação de votos confirmados pelos eleitores -, seja pela não disponibilidade de nomes de impacto ou efeito no momento político atual – dada a realidade de carência de lideranças.

É uma análise até certo ponto curiosa. Demanda em aproveitamento do tempo aprazado para as definições homologadas em convenções, o que constitui também uma estratégia partidária.

Demanda também na baixa oferta de nomes de peso para composição e, naturalmente, nas composições que poderão se confirmar a partir da largada na frente que PT e PSD estabeleceram ao realizarem seu anúncio.

Em tese permanece a ideia do protagonismo, condição para quem deseja vencer.

Os indicativos, por enquanto – e o cenário pode mudar – apontam para seis candidaturas, pulverização de votos em uma divisão que vai fortalecer a importância do nome do vice e, tanto quanto deste, da militância dos candidatos à vereança, restando lembrar que serão 17 vagas em disputa.

Há toda uma série de variáveis que somente serão possíveis de análise, na prática, após o dia 20, quando já tiverem definidos os nomes dos potenciais candidatos a vice dos hoje pré-candidatos à majoritária.

Os chamados partidos menores – em que pese não ser possível condicionar esse adjetivo, exceto pelas questões representatividade e militância, vez que no sistema democrático o peso importância é naturalmente atribuível a cada qual – também deverão realizar suas manifestações mediante análise da circunstância.

Para quem conhece o xadrez, na prática, é como se todos os partidos tivessem usado um Lance de espera — Jogada de aparência inócua, executada com o fito de aguardar uma definição ou empioramento da posição contrária. O fato, na linguagem dos enxadristas, é que até o fim de junho todos estarão na condição designada pela nomeclatura Zugzwang – ou seja, a obrigação de jogar que acarreta a perda da partida ou de uma vantagem qualquer.

Há, por obviedade, a certeza de que os vices aparecerão, por lógica legal. Poderão contribuir para a definição do pleito de 7 de outubro e, convictamente, assim será, pois são variáveis de relevância, salvo mudanças que possam ocorrer nos próximos dias, pois, conclusivamente, segundo Magalhães Pinto ( José de Magalhães Pinto 1909 – 1996, governador de Minas Gerais): “Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”.

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