Falta de efetivo continua prejudicando resposta do policiamento ostensivo
O comandante do 1º Esquadrão de Policiamento, capitão Moura, respondeu aos questionamentos da comunidade durante entrevista na RCC FM
Capitão Andre Chaves Moura, comandante do 1º Esquadrão de Policiamento da Brigada Militar
Entrevista
RCC FM: Ao longo da semana passada, foram registrados crimes contra o patrimônio, como furto em veículos. São pessoas da cidade mesmo que estão praticando este tipo de crime?
Capitão: Pelas características da localidade, acreditamos que sejam pessoas daqui mesmo que cometem este tipo de delito, nesta área de Fronteira. Não tem lógica alguém vir de longe para furtar pequenos objetos, ou seja, estes crimes não planejados servem normalmente para troca por drogas.
RCC FM: Algumas pessoas destacam que não veem a BM passar em certas localidades? Ainda temos carência de efetivo em Livramento?
Capitão: Sim. Dependemos de uma vontade política para o aumento do efetivo. E esta falta não é só em Livramento, mas em todo o Estado e todos sabem disso. Mesmo que completasse todo o nosso efetivo, o que ficaria em torno de 220 policiais – atualmente temos 180 para todas as modalidades da cidade – ainda assim estaria em um débito, devido à dinâmica do crescimento da cidade, que exige mais efetivo do que o previsto.
Apesar disso, estamos dinamizando esta carência, com ações de inteligência.
RCC FM: O parque Internacional se tornou um ponto de referência da criminalidade, tendo como alvo o grande fluxo de turistas?
Capitão: A Brigada Militar vem mapeando estas áreas de atuação e tem feito ações em conjunto com a Polícia uruguaia. A Brigada Militar estará mais presente durante este feriadão inclusive, principalmente onde ficam os ônibus de viagem e outros pontos necessários, junto ao Parque Internacional.
RCC FM: De que forma a Brigada Militar consegue agir preventivamente, tendo em vista esta carência de efetivo e com o aumento de 30 mil pessoas que migram para o comércio de compras na cidade?
Capitão: Temos que ser cirúrgicos, irmos direto ao ponto do problema. Estamos correndo atrás do prejuízo, mas não podemos pensar somente no turismo, porque temos que dar atenção também aos bairros da cidade. Nossas viaturas também estão defasadas, algumas inadequadas para a nossa área rural, por exemplo.
Livramento tem o delinquente oportunista e não aquele que planeja uma ação. Se em determinado local existe um risco em potencial, procura-se agir ali da seguinte forma: já mapeando de onde estão vindo estes delinquentes, com abordagem dos suspeitos, além de manter o policiamento no local.
RCC FM: A presença do policial ainda causa uma inibição psicológica no marginal?
Capitão: A simples presença do Brigadiano ainda é respeitada em sua ação de polícia, ou seja, a simples presença do policial ainda causa uma inibição ao delinquente, sim.
RCC FM: Com relação às ocorrências noturnas, pessoas ingerindo bebidas alcoólicas, drogas licitas e ilícitas, brigas, ações de vandalismo; há algum planejamento específico para atacar este tipo de problema?
Capitão: Para este tipo de problema é necessária a ação com barreiras e abordagens. Um exemplo é a avenida João Goulart, onde conseguimos diminuir bastante este tipo de ocorrência, pois é uma questão de educação, como beber de forma moderada, não dirigir alcoolizado.
Nossas ações se retomam ciclicamente, em conjunto com o pessoal do trânsito e conselho tutelar, em localidades onde há uma aglomeração maior de pessoas.
RCC FM: O efetivo administrativo da Brigada Militar poderia estar nas ruas?
Capitão: O efetivo administrativo do 1º Esquadrão também vai para a rua, dentro de uma determinação do Comando-Geral. Os que permanecem administrativamente são alguns policiais que trabalham no setor cartorário, apenas.
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