“Precisamos compreender uma coisa: ministro do Supremo não é cooptável. No dia em que for, teremos que fechar o Brasil para balanço.” Marco Aurélio Mello, ministro do STF

VADIAS E MACONHEIROS

Essas marchas que proliferam pelo país a respeito de qualquer coisa – das mais importantes às mais banais – terminam causando confusão na cabeça das pessoas. Porto Alegre teve duas marchas performáticas neste último final de semana. São os nomes dos eventos que provocam dúvidas.

No sábado ocorreu a “Marcha da Maconha” que reuniu duas mil pessoas, todas defendendo a liberação da droga e ainda com a distribuição de uma cartilha sobre o cultivo da planta. Cabe uma reflexão: plantar maconha já está liberado pelas autoridades, mesmo que seja em vasos na sacada de uma residência?

Todos os dias a imprensa mostra a polícia fazendo apreensão de drogas – crack, cocaína e maconha – o que se depreende que a erva ainda está no rol das substâncias proibidas. Se a maconha não está liberada como é possível que se distribua um guia sobre o cultivo da mesma?

Já no domingo, no mesmo local, 200 pessoas promoveram a “Marcha das Vadias” com a finalidade de registrar o descontentamento pela violência contra a mulher, além de reivindicar liberdade de comportamento sexual. Mas qual a confusão sobre essas marchas?

Tanto a “Marcha da Maconha” quanto a “Marcha das Vadias” pecam pelos títulos. Os participantes delas são maconheiros e vadias, respectivamente? É por demais óbvio a negativa. Na “Marcha da Maconha” nem todos os dois mil participantes fumam a erva. Os manifestantes eram fumantes que tragavam, que não tragavam e outros que sequer gostam do cheiro da maconha, mas são contra qualquer proibição.

Na “Marcha das Vadias” vale a mesma comparação, apesar do reduzidíssimo número de participantes: em torno de 200 pessoas. Talvez o nome da manifestação não tenha sido muito feliz quando foi escolhido. “Marcha da Vadias”? Serão vadias, no sentido vulgar dos dicionários? Também fica bem claro que as manifestantes estavam ali com o seguinte mote: “Se ser livre é ser vadia, então somos todas vadias”, disse uma das organizadoras, Maria Fernanda Salaberry, 23 anos, publicitária.

Na verdade, além das reivindicações das marchas, parece que o que move mesmo esse pessoal é a publicidade. Tudo pelo que brigam já está formalizado em dezenas de projetos de lei tramitando no Congresso Nacional e não é com essas manifestações que eles (os movimentos) conseguirão concretizar suas idéias.

Por enquanto, o que se pode deduzir pelos números dos manifestantes, é que os defensores da maconha são dez vezes mais eficientes do que as “vadias” que lutam, por mais liberdade de comportamento. Não seria o caso de se promover apenas uma marcha com a união dos manifestantes? Afinal de contas, as duas correntes de pensamento têm um mesmo objetivo, a liberdade de atos e de comportamento pessoal.

PRODUÇÃO DA MACONHA (1)

Leonardo Gunther, um dos organizadores da “Marcha da Maconha”, informou um dos motivos da manifestação: “É preciso um novo modelo de regulamentação da produção, do cultivo e do uso da maconha no país”.

PRODUÇÃO DA MACONHA (2)

Não deixa de ser curiosa a preocupação de Leonardo Gunther. “Um novo modelo de regulamentação da produção” significa que existe um, desatualizado e velho?

PRODUÇÃO DE MACONHA (3)

Se a maconha for legalizada no Brasil teremos lavouras da erva com produtores pedindo empréstimos para o Banco do Brasil?

PRODUÇÃO DE MACONHA (4)

Como ficarão os grandes produtores bolivianos, paraguaios e peruanos – principais abastecedores do mercado brasileiro de consumidores?

PRODUÇÃO DE MACONHA (5)

O preço irá cair se o Brasil começar a plantar maconha e a droga for comercializada livremente? E os cartéis que hoje controlam a produção-distribuição- comercialização como reagirão? Teremos uma guerra mercadológica?

 

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