Os Sete Conselhos de Maquiavel …

Nicolau Maquiavel nasceu em Florença no dia 3 de maio de 1469. Filho de família pobre, desde muito cedo começou a trabalhar e a estudar e se transformou, ainda jovem, em secretário de um dos maiores banqueiros florentinos e, mais tarde, em secretário dos negócios da cidade de Florença.

Acusado injustamente de conspirar contra o governo, caiu em desgraça, foi preso e torturado. Depois, devido ao empenho e proteção do Papa Júlio II, que o tomou como acompanhante em suas campanhas, e ao indulto que recebeu após a morte do referido papa, ficou finalmente a salvo da prisão e da perseguição das autoridades. Mas teve que começar a sobreviver de outros expedientes, já que agora estava desempregado e a literatura não lhe proporcionava os meios suficientes para manter a si e a sua família. A partir daí, paralelamente às suas atividades como poeta, dramaturgo, escritor, historiador, estudioso e observador dos costumes da sociedade, por seus conhecimentos e sua capacidade diplomática, passou a ser uma espécie de conselheiro e mediador entre banqueiros, príncipes e mercenários.

Maquiavel, apesar de haver escrito “A Arte da Guerra” e “O Príncipe”, não era mau sujeito, e quem conhece a sua biografia e sua obra sabe disso.

Procurou apenas, como pesquisador e historiador, estudar a trajetória de vida e o comportamento dos indivíduos que se destacaram em diversas épocas e as conseqüências a que estiveram sujeitos por suas ações boas ou más e, em vista disso, além de escrever poesias, letras musicais, a história de Florença, romances, peças de teatro e algumas biografias, elaborou manuais e tratados sobre política, administração, economia e estratégia, entre os quais, o mais famoso deles, o Príncipe, dedicado a um dos grandes da época.

Mas independente do fato de haver prescrito lições de comportamento social e de estratégia política e militar que incluíam certa dose de rigor e crueldade aos que necessitavam desta orientação, pensando no bem estar do resto da sociedade e da maioria das pessoas não belicosas, com base em seus estudos, em sua inteligência e experiência ao longo de muitos anos e considerando, como sábio e filósofo, os aspectos moral e intelectual da questão do convívio humano, adivinhamos, nas entrelinhas do lado pacifista de sua obra, algo parecido com estes conselhos à posteridade:

1 — Se alguém te criticar ou agredir, procura entender a sua natureza e as suas razões.
2 — Como medida de proteção, procura saber quem é teu inimigo, como ele age e onde se oculta.
3 — Não atacar, não insultar, não odiar, não falar mal nem prejudicar. Nunca será inteligente praticar estas ações ou revidar a elas.
4 — Se não puderes elogiar, não sendo um falso nem um puxa-saco, fica em silêncio.
5 – Afasta de ti o mal e suas companhias.
6 — Faz o bem.
7 — Vive em paz.

Não foram estes, oficialmente, os conselhos que Maquiavel deu aos príncipes e políticos, mas servem, com justiça, para absolvê-lo de todas as falsas acusações. Apesar de ter contribuído com o poder e a cultura do seu tempo, Maquiavel morreu pobre, doente e abandonado, em 21 de junho de 1527.

(Luciano Machado)

 

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