Lógica

Este é um ano de eleições, e tudo parece correr de forma diferente do convencional, do habitual, do simples, do que é considerado natural. Parece e, na prática, também faz sentido dizer que é assim que ocorre. Ampliam-se as emoções e afloram as tensões, da mesma forma que fica evidente a necessidade de ampliar o debate – para utilizar uma expressão da moda, recorrente – a respeito da condição, dos pré-requisitos, da forma como se desenvolve o processo eleitoral, bem como o perfil de mandatário que deseja o eleitor. Mas, é preciso alertar que esse perfil somente resultará a partir do momento em que o cidadão tenha mais participação em todas as fases do processo, exercendo o direito de fazer política, inclusive política partidária. Afinal de contas, é do processo político que o homem público – aquele que, ingressando em um partido político, começa a trabalhar no segmento e obtém mandato através de eleições, seja criticado. Não que a palavra crítica tenha um significato pejorativo. É está inserida no contexto. É comum, especialmente se no exercício da função de ordenador de despesas ou de gestor público que o agente público, eleito, sofra críticas, seja pela ação, pela omissão ou mesmo, por estratégia de seus opositores. Vale salientar que essas críticas têm como foco a atitude, o posicionamento, o entendimento e jamais, entretanto, a pessoa, o cidadão, sua honra ou princípios. Hoje, é possível ver, mesmo em menor escala, opositores (não mais inimigos ou adversários) elogiarem-se as atitudes, conforme foi no passado histórico.

Entretanto, também é plausível – e isso ainda está em falta na política – que todos quantos implementarem medidas, ações ou práticas, programas ou mesmo projetos válidos e de retorno para a comunidade, sejam reconhecidos de pleno pelo que geraram.

Em entendendo assim, o cidadão estará deixando de fazer “a crítica pela crítica”, ou mesmo, o ataque político com interesse próprio.

Todo o ser tem virtudes e defeitos, em maior ou menor escala. O detentor de cargo público mantém a condição de autoridade, enquanto figura institucional do poder onde está inserido, também merecendo a consideração da crítica, do elogio, mesmo que essa crítica seja essencialmente política. Nessa lógica, não é prevalente para o elogio e a manifestação de descontentamento acaba predominando. Ocorre que as pessoas acostumaram-se tão somente a fazer a crítica com o sentido pejorativo do sentimento, do argumento e não olhando de forma equilibrada para a balança. Claro, há casos e casos. Não que se vá condenar, por exemplo, Carlos Cachoeira sem direito a ampla defesa e ao contraditório, mas é preciso deixar claro que o senador Demóstenes Torres, homem público, faltou com a verdade, perverteu a própria ética e merece, tendo realizado sua própria defesa, uma avaliação essencialmente política também, além das questões do ambiente judiciário, pois é um agente público e como tal, pelos posicionamentos anteriores, no mínimo, merece a crítica contumaz.

É reconhecível uma situação muito clara, nesse sentido – que precisa ser compreendido e assimilado em Livramento quando o assunto é política e cidadania, partidarismo e eleições, entre outros congêneres.

É o sentido efetivo, corrente de uma realidade que foi conquistada, com afinco e preparo, entre concorrentes talvez até com estruturas mais amplas.

Serve, também como indicativo para que exista mudança evolutiva no tipo de pensamento social que parece prevalecer, em que sempre há o ônus, e nunca o bônus, para todos quantos estejam no exercício de atividades públicas a partir de mandato chancelado pela eleição direta. E devem assumir tais condições, de fato. E de direito.

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