De trabalho e mercado

Apesar de tratar-se de uma constatação lógica, Sant’Ana do Livramento está inserida no contexto mundial e tem que aceitar o fato de que seu crescimento não será fácil nem instantâneo. Os vários elementos que compõem cenários prováveis apontam para melhores condições da economia local, porém, é preciso considerar que o poder aquisitivo de boa parte da população ainda está muito distante do que se poderia desejar.

É preciso analisar que existe uma distância significativa entre os vários elementos que compõem a economia local. Há aqueles que estão conseguindo manter seus negócios, há os que conseguem ganhar dinheiro, porém, existem também aqueles que não conseguem ingressar no mercado de trabalho, seja pela não disponibilização de vagas, seja por questões de idade, conhecimento técnico inadequado ou falta dele, entre vários outros perfis.

Portanto, é preciso que a sociedade se movimente o melhor possível dentro dessa realidade, em que o mercado é o principal regrador do caminho a ser seguido. Ou seja, está claro que é o mercado que diz o que quer consumir, de quais serviços precisa, quanto vai pagar por isso e, ainda, estabelece as linhas de regramento para o trabalho a ser desenvolvido.

Nesse conceito, há os que buscam a proteção da sobrevivência garantida pelo salário público. Há, também, os que se garantem no mercado de trabalho por sua qualificação. Há aqueles que buscam constante aperfeiçoamento para valorizar ainda mais o que detêm em termos de conhecimento e aplicabilidade. De outro lado, também existem aqueles cujas profissões estão em queda e, ainda, os que não possuem nenhuma formação profissional. Existem, ainda, aqueles que já desistiram e buscam exatamente a tábua de salvação oferecida pelos programas assistenciais oficiais.

Mas, finalmente, há também aqueles que não desistem, e que procuram não apenas sobreviver nesse difícil período de dificuldades, mas também crescer, como cidadãos e como seres humanos. São pais, mães, donas de casa, trabalhadores braçais, porém dotados de grande criatividade, que traçam cansativas rotinas diárias de esforço pessoal, que garantem a renda familiar, a sobrevivência e o prato de comida na mesa ou a oportunidade de adquirir bens, crescer, marcar uma trajetória.

O desemprego para quem não tem especialização ou qualificação profissionl campeia pressionado pela mesma dificuldade imposta pelo mercado econômico do mundo, forçando santanenses a aceitarem a colheita da maçã, enquanto outros milhares já migraram com menor perspectiva de retorno para grandes centros comerciais, industriais ou turísticos, seja no Rio Grande do Sul ou em outros estados brasileiros. Quem fica, equilibra-se como pode no mercado de trabalho para garantir o sustento da família e buscar transformar o próprio esforço em meio de crescimento pessoal e para toda a comunidade. São verdadeiros heróis da economia de mercado.

E são, igualmente, as provas vivas de que ainda é possível acreditar nas potencialidades econômicas de Sant’Ana do Livramento, porque, além de todos os recursos naturais, o município conta com uma das mais eficazes armas contra a crise econômica: a força de vontade e a disposição para o trabalho de seu povo. Santanense não se entrega. O que precisa é uma orientação efetiva e eficaz para criar as oportunidades e transformar essa força de vontade popular em renda para girar a roda da economia local. E, com isso, encaminhar o município para o merecido desenvolvimento econômico e social, tão desejado, porém, ainda não tão próximo quanto se poderia imaginar para absolutamente todos.

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