Investigações sobre cárcere privado e tortura avançam com apreensão de objetos

Denúncia da vítima levou a Polícia Civil a cumprir, esta semana, mandado de busca e apreensão na casa do suspeito.

Computador e objetos da vítima estavam na casa do acusado, além de um fio que pode ter sido usado na tortura

A Polícia Civil vem investigando uma denúncia de possível cárcere privado, com sessões de tortura, ocorrido no mês de abril, tendo como vítima uma empregada doméstica, de 35 anos de idade, moradora do bairro Carolina.

 

A materialidade do inquérito evoluiu a partir da apreensão de vários objetos, como roupas e um computador, que estavam na casa do acusado, no Jardim do Verde. O cumprimento de mandado de busca e apreensão foi realizado pela Equipe de Investigações da 1ª Delegacia de Polícia, esta semana, quando também foi encontrada uma extensão com cabos de energia, que a vítima afirma ter sido utilizada como instrumento de tortura.

Acusado

Segundo o que pôde ser colhido até o momento, o principal acusado é um travesti “pai de santo”, e os crimes teriam sido motivados pelo consumo de drogas.

A vítima declarou, em depoimento, que na semana em questão teria ido até a casa do acusado, juntamente com uma colega, e que na casa do mesmo, sua amiga e o travesti passaram a discutir por questões adversas. Após a discussão, a amiga teria deixado a casa e o acusado teria impedido a saída da vítima, passando, então, a agredi-la e ameaçá-la.

Localização

Os fatos, segundo a empregada doméstica, teriam iniciado na quinta-feira, 12 de abril, por volta das 17h30, e terminado apenas cinco dias depois, por volta das 2h, de 18 de abril, quando a mesma foi abandonada pelo agressor. Ela somente foi localizada por uma amiga por volta das 13h, quando estava vagando de pés descalços, próximo ao cemitério, na avenida Presidente Vieira, em Rivera.

Violência

Durante esses dias, a vítima relatou que foi torturada e agredida com pontas de cigarros, facas, pontapés, cacos de vidros, choques elétricos e, inclusive, com saco plástico na cabeça. A vítima contou, ainda, que não pôde se alimentar e nem tomar banho e que era obrigada a inalar drogas, possivelmente cocaína.

Ainda conforme depoimento da vítima, o agressor destruiu o aparelho celular da vítima e obrigou a mesma, sob ameaça de arma de fogo, a ir até a casa onde trabalha como empregada doméstica, juntamente com um comparsa em uma motocicleta, para roubar o seu salário.

No dia seguinte, ela foi obrigada, também sob ameaça de arma de fogo, a pegar vários objetos em sua residência, no bairro Carolina, inclusive um computador.

A empregada doméstica contou, ainda, que na casa do agressor viu vários pacotinhos com um pó branco, que acreditava ser cocaína, e que durante este tempo teve sua família ameaçada de morte se contasse alguma coisa à Polícia.

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