Cobrança

Saúde. Segurança. Educação. Desenvolvimento Social. Enfim, as questões, há décadas são as mesmas, as promessas e falácias também. “Lutar” por uma delas ou pelo conjunto é verbo presente na maioria dos discursos dos candidatos a tudo. É uma lógica. A partir do momento em que é constatada a necessidade, falando-se sobre ela, erguem-se os pilares de determinada candidatura.

E, bem, inicia o período de consolidações com o desejo manifesto de mudanças nas mentalidades dos agentes políticos detentores de mandatos, independente das funções que ocupem. Não que não estejam “fazendo”, mas, na concepção dos populares, dos eleitores, dos cidadãos, o que alguns estão fazendo é muito pouco comparado à necessidade, da mesma forma que há outros que nada estão gerando de projetos arrojados de desenvolvimento sedimentados nos vários setores, mas todos assentados em uma lógica prática que se traduza em resultados.

Bem, mas a lógica, por vezes, é difícil de compreender. Verifique-se por exemplo a questão em voga: desenvolvimento. O elementar existe, está posto. Vai desde a ovinocultura até o turismo, arregimentando outros diversos segmentos de exploração e de geração. Se todos quantos prometeram resolver as situações diferentes e diversas desses importantes segmentos nos últimos 20 anos tivessem cumprido com os compromissos que assumiram, no todo, certamente, gerar desenvolvimento não estaria mais entre as necessidades exploráveis nos discursos eleitorais. Permanece lá. Cada vez com a população pagando mais caro pelos serviços e tributos.

Não há lógica nenhuma em fazer justificativas, transferir responsabilidades, buscar dizer que é o outro o errado. Trabalho deveria ser uma constante, sinônimo de progresso e desenvolvimento, pois, a partir dele, geram-se os valores que pagam os tributos que, em tese, deveriam voltar para o cidadão na forma de serviços de qualidade, por exemplo.

Partindo-se do princípio de que não exista lógica no que diz respeito ao cumprimento das promessas de campanha a pleno, mesmo, fica evidente que essas verdades são absolutas e a lógica acaba se tornando tão relativa quanto os próprios conceitos das pessoas que fazem a política acontecer, ou, pelo menos, a maioria delas. É inconcebível o distanciamento entre o que percebe por mês um agente político na escala federal, com ajutórios de todas as ordens – e ele, certamente, com sua família e assessoria terão outras regalias (auxílio moradia, etc…), mesmo podendo pagar por isso em função do salário – e o salário mínimo do trabalhador votante, cujas expensas são insuficientes sequer para atravessar o mês, que dirá comprar um serviço de saúde. São conceitos individuais, em significativa e esmagadora maioria de cidadãos. Caso contrário, as construções necessárias para o progresso e o desenvolvimento não seriam tão difíceis na cidade. A lógica se inverte, então? É, realmente. De dar um nó no pensamento mais arrojado. Portanto, leitor eleitor, atento aos discursos. Eles são a única forma de se obter um mínimo de conhecimento sobre quem postula cargos políticos.

Mais do que isso, a partir dos discursos, chegará o momento em que obrigado por uma espécie de contrato de trabalho chamado voto, o agente político eleito deverá cumprir com aquilo que prometeu, pressupondo-se a necessidade de todos os postulantes às vagas em âmbito de Executivo e de Legislativo deverão conhecer tais poderes e seu funcionamento, operacionalidade, etc… Indo além, fica evidente que o cidadão, o voto, deve aprender, de forma respeitosa, a fazer as cobranças.

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